Revista Raça Brasil

Compartilhe

Conheça o livro que revela o silêncio sobre a história negra no Brasil

Se você busca uma leitura que mexa fundo com o coração e a consciência, vale muito conhecer O Genocídio do Negro Brasileiro, de Abdias do Nascimento. Mas não se engane pelo título: não é só um livro sobre violência direta ou mortes explícitas. Abdias fala de algo ainda mais profundo e silencioso — o apagamento da história, da cultura e da presença negra no Brasil.

O autor nos convida a enxergar como o racismo vai além de ofensas ou agressões físicas. Ele se manifesta, também, quando pessoas negras são apagadas dos livros de história, quando suas conquistas não viram notícia, quando não se reconhece o quanto a cultura brasileira tem raízes negras. É como se, aos poucos, fosse construída uma ideia de país onde o povo negro não tem lugar de destaque — nem no passado, nem no presente, nem nos sonhos de futuro.

E é por isso que Abdias insiste: fazer lembrar é fazer viver. Lembrar das histórias, das lutas, dos artistas, dos intelectuais negros, é também garantir vida, dignidade e pertencimento. Cada nome resgatado, cada memória preservada, é uma vitória contra um sistema que há séculos tenta dizer que a população negra não importa ou não faz parte do que é ser brasileiro.

Nesse sentido, projetos como o Afro Memória cumprem um papel fundamental. Eles ajudam a reunir, digitalizar e espalhar documentos, fotos, cartas e registros que contam a verdadeira história do Brasil — uma história que tem, sim, rosto negro. São sementes de futuro, porque garantem que as próximas gerações tenham acesso a referências que lhes mostrem orgulho, força e beleza.

Ler Abdias do Nascimento é, acima de tudo, um ato de compromisso com a justiça e com a memória. É entender que não basta dizer que “não somos racistas” — é preciso conhecer, lembrar, valorizar. Porque, como ele mesmo nos ensina, esquecer é também uma forma de matar.

Se puder, coloque esse livro na sua lista. É leitura obrigatória para quem quer viver num Brasil realmente mais justo e igual. E, sobretudo, para quem acredita que a memória negra é vida.

Publicidade

Open chat
Preciso de Ajuda
Olá 👋
Podemos te ajudar?