O Vaticano está diante de um grande desafio com a perda expressiva de fieis para outras religiões ao redor do mundo, incluindo a África. Nesse contexto, a escolha de um papa daquele continente poderia ser uma estratégia interessante para reconquistar espaço e influência na região, como foi na escolha de Francisco primeiro papa Latino Americano da instituição. Um dos nomes mais cotados para o cargo é o cardeal Fridolin Ambongo Besungu, da República Democrática do Congo.
No entanto, é importante ressaltar que o cardeal Ambongo Besungu é conhecido por suas posições conservadoras e por sua criticidade às decisões recentes do Vaticano, o que poderia gerar tensões com os setores mais progressistas da Igreja Católica. Em 2023, reagiu negativamente à declaração que autorizava bênçãos a casais do mesmo sexo em contextos pastorais, dizendo que a medida não se aplicava à realidade africana, postura que contribuiu para sua imagem de conservador. Tal posicionamento vindo de uma das vozes mais influentes do Vaticano pode gerar o aumento de debates acalorados dentro da Igreja, entre as alas mais conservadoras e as alas mais progressistas.
O cardeal Fridolin preside o Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (SECAM), função que ampliou sua projeção internacional. A atuação firme em defesa dos direitos humanos e contra a exploração de recursos naturais por empresas estrangeiras o aproximou de pautas sociais defendidas pelo falecido pontífice argentino.
A escolha do novo papa terá influência do papa Francisco, que veio a falecer nesta segunda-feira. Durante seu pontificado, Francisco indicou muitos cardeais que agora terão um papel fundamental na escolha do seu sucessor. A pergunta é se esses cardeais seguirão a linha progressista de Francisco ou se optará por um caminho mais conservador abrindo assim espaço para Fridolin Ambongo Besungu.
A possibilidade de um papa negro e africano é um tema que pode gerar tanto apoio quanto controvérsia. Por um lado, pode ser visto como um passo importante para a diversificação da liderança da Igreja Católica. Por outro, pode ser visto como um desafio para a tradição e a doutrina da Igreja, que não é liderada por um pontífice africano desde o século V. .
Enfim, a escolha do novo papa será um momento importante para a Igreja Católica se reavaliar, e a possibilidade de um papa negro e africano é um tema que merece atenção e reflexão. A decisão final dependerá dos cardeais que irão escolher o próximo líder da Igreja, e será interessante ver como eles tentarão balancear as diferentes visões e perspectivas dentro da Igreja, dado o momento tão delicado pelo qual passa a humanidade.