Coordenadoria de Igualdade Racial promove roda de conversa com atriz
Fundação Cultural de Uberaba (FCU) recebeu na última semana a atriz Mariana Nunes. A visita foi acompanhada por uma roda de conversa, onde foram debatidos o papel do negro e a função da arte e do teatro na sociedade. A atividade foi promovida pela Coordenadoria de Igualdade Racial da FCU, que encerrou as ações de 2018 com a presença de Mariana. Foram convidados artistas da cidade e público em geral, e o evento também contou com a presença do vereador Ronaldo Amâncio.
A artista já atuou na série “Carcereiros”, da Rede Globo, onde interpretou Janaína e contracenou com Rodrigo Lombardi. Mariana também encenou na série “O Mecanismo”, da plataforma Netflix, e no filme argentino-brasileiro “Zama”. A atriz também participou de outros títulos, como “M8 – Quando a Morte Socorre a Vida”, “Pureza”, “Um Dia Qualquer”, “São Jorge e Pelé – O Nascimento de Uma Lenda”.
Os pais da atriz são de Uberaba e ela veio passar o fim de ano com a família. Convidada para falar um pouco sobre as experiências dela enquanto artista e mulher negra, Mariana conta que foi uma grande oportunidade de saber como funciona a vida cultural de Uberaba. “Um povo não vive sem cultura e ela é um dos corações de uma cidade e eu queria saber como pulsa esse coração aqui.” Além do aspecto cultural, a atriz também explica que se interessa muito em saber como funcionam os movimentos e a questão racial na terra dos familiares.
A roda de conversa foi um momento de grande diálogo e Mariana falou um pouco sobre o espaço do negro na arte. “Está em constante crescimento, apesar das coisas que estão acontecendo no país, nós estamos ganhando cada vez mais espaço e representatividade. Ainda falta muito e está longe de ser o ideal e de ter alcançado igualdade, mas vejo com bons olhos, bom sentimento, a situação já é muito diferente de quando eu era criança. Vemos peças com temas negros, atores e diretores negros.”
Mariana ainda vai a fundo na questão da representatividade e elenca outros aspectos que merecem reconhecimento. “Mesmo que devagar e num ritmo que não é o que eu gostaria que fosse, a questão do espaço tem andado para frente e do ponto que chegamos não tem como regredir. Não falo só das questões raciais, como também das de gênero e LGBTs; não tem como não reconhecer que essas pessoas existem e que têm as próprias demandas. Nosso país é supermiscigenado e é isso que falta, ver essa diversidade mais representada”, frisa a artista.
Fonte: jmonline