Quem acompanhou Terra Nostra (1999) certamente se lembra de Tiziu, o menino carismático que encantava o público na fazenda de Gumercindo. Interpretado por André Luiz Miranda, então com apenas 12 anos, o personagem marcou uma geração e abriu portas para uma carreira que, mesmo com altos e baixos, se manteve viva.
Hoje, aos 37 anos, Miranda continua ativo na teledramaturgia e vem ganhando novos espaços. Recentemente, esteve em Paulo, o Apóstolo, na Record, e em breve viverá um galã na novela Dona Beja, ao lado de Grazi Massafera, no HBO Max.
O caminho não foi sempre fácil. Entre oportunidades e pausas, o ator precisou se reinventar, chegando a abrir um restaurante para complementar a renda. Mas nunca deixou de acreditar na sua vocação. “Nunca desisti de atuar. Sempre achei que uma oportunidade fosse surgir”, contou em entrevista.
A trajetória de André traz uma reflexão importante sobre perseverança e, sobretudo, representatividade. Ainda hoje, artistas negros encontram barreiras para conquistar papéis de destaque, especialmente como protagonistas e galãs — lugares que, por muito tempo, foram restritos a estereótipos ou coadjuvâncias. Ver Miranda assumir esse espaço é simbólico, não apenas para sua carreira, mas também para o público que se reconhece em sua caminhada.
Mais do que revisitar a memória afetiva de Terra Nostra, sua presença nas telas atuais mostra como histórias e talentos podem (e devem) se renovar. Do menino Tiziu ao homem que hoje inspira, André Luiz Miranda prova que ocupar esses espaços é não só uma vitória pessoal, mas também coletiva.