A deputada federal Enfermeira Rejane (PCdoB-RJ) tornou público mais um caso de discriminação racial na Câmara dos Deputados. Nesta terça-feira (6), a parlamentar, uma mulher negra e eleita democraticamente, foi barrada por servidores no acesso ao plenário, mesmo portando seu distintivo de identificação.
“Será pela minha cor?”: o racismo que persiste no Congresso
Em discurso no plenário, Rejane relatou que essa situação não é isolada: “Todas as vezes que entro, sou barrada, questionada se sou deputada”, declarou. “Se fosse uma mulher branca, teria o mesmo tratamento?”, questionou, destacando o viés racial do ocorrido.
Apesar de usar o broche oficial, ela é alvo da dúvida e da desconfiança ao entrar em seu ambiente de trabalho, ao qual foi eleita para exercer de forma justa. Mas a abordagem, em um padrão que evidencia o racismo institucional no Legislativo, continua acontecendo.
O peso de ocupar espaços de poder como mulher negra
A fala da deputada escancara uma realidade conhecida por negros em posições de destaque: a desconfiança sistemática e a violência simbólica que tentam invalidar sua legitimidade. Enquanto parlamentares brancos circulam sem questionamentos, Rejane é repetidamente interpelada – um constrangimento que não é sobre vestimenta, mas sobre cor da pele.
A deputada exigiu respeito e lembrou que ocupa a cadeira por direito, não por concessão: “Não aceitarei mais esse tipo de humilhação. Estamos em 2025, e o racismo não pode ser tolerado”, afirmou.
Enquanto o Congresso não enfrenta seu racismo estrutural, histórias como a de Rejane continuam a se repetir.