Revista Raça Brasil

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Viagens de memória: quatro destinos no Brasil para se reconectar com a ancestralidade negra

Matéria publicada originalmente na edição 258 da Revista Raça

Viajar pode ser mais do que lazer — pode ser um reencontro com a própria história. Em um país como o Brasil, onde a herança africana está profundamente enraizada na cultura, na espiritualidade e nas expressões do cotidiano, existem lugares que guardam as marcas da resistência e da sabedoria ancestral negra.

A seguir, listamos quatro destinos que não são apenas pontos turísticos, mas territórios de memória. São lugares que convidam à reflexão, à reconexão e ao fortalecimento da identidade negra.

Quilombo dos Palmares (AL)
União dos Palmares, Alagoas
Na Serra da Barriga está o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, um dos mais potentes símbolos da luta pela liberdade no Brasil. O local abriga ruínas, esculturas e trilhas que recontam a história de Zumbi e dos milhares de homens e mulheres que resistiram à escravidão. Mais do que um sítio histórico, o parque é um espaço de reconexão espiritual e de celebração da cultura afro-brasileira.

Cais do Valongo (RJ)
Rio de Janeiro, capital
Reconhecido como Patrimônio Mundial pela UNESCO, o Cais do Valongo foi a principal porta de entrada de africanos escravizados no continente americano. O chão desse local carrega séculos de dor, mas também de fé, resistência e esperança. Visitar o Valongo é olhar para a história de frente e reconhecer a importância da diáspora africana na formação do Brasil.

Congada de Nossa Senhora do Rosário (MG)
Congonhas do Campo, Minas Gerais
Mistura de fé, cultura e resistência, a Congada é uma manifestação tradicional que une elementos do catolicismo com religiosidades de matriz africana. Realizada anualmente em homenagem a Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, a festa é um patrimônio imaterial brasileiro que expressa, em dança, canto e devoção, a força das tradições negras transmitidas por gerações.

Ilha de Itaparica (BA)
Mais do que uma ilha paradisíaca, Itaparica é território ancestral. Recebeu africanos escravizados e preserva até hoje histórias, terreiros, festas populares e saberes que ajudam a compreender o papel da cultura negra na formação do Brasil. Caminhar por Itaparica é estar em contato com a espiritualidade, a oralidade e a resistência dos povos do Recôncavo.

Esses destinos são mais do que rotas de viagem — são caminhos de retorno. Ao visitar esses espaços, celebramos a memória, fortalecemos nossas raízes e reafirmamos que a história negra é central na narrativa do Brasil.

 

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