O documentário Em Nome de Quem? (In Whose Name?), dirigido por Nico Ballesteros, mergulha na intimidade de Kanye West — ou simplesmente Ye — e expõe como sua trajetória de glória, queda e contradições se tornou um espelho de questões maiores que atravessam fama, saúde mental e cultura contemporânea. Filmado ao longo de seis anos, o longa reúne mais de 3.000 horas de gravações e promete entregar ao público um registro inédito e visceral da vida do artista.
Longe de ser apenas uma biografia musical, o filme mostra de perto os momentos mais frágeis e controversos de Ye. Cenas íntimas revelam crises de saúde mental, explosões públicas e reflexões sobre sua vida pessoal, incluindo o fim de seu casamento com Kim Kardashian. Sem trilha narrativa explicativa ou entrevistas externas, a obra aposta na observação pura, deixando que o espectador tire suas próprias conclusões sobre o turbilhão de emoções e polêmicas que cercam o rapper.
A relação de Ye com a medicação psiquiátrica também ganha destaque. Em uma das passagens mais fortes, ele afirma preferir morrer a depender de remédios, expondo a luta interna entre aceitar tratamentos e preservar sua criatividade. Essa tensão é atravessada pela busca de controle em meio a crises públicas que foram amplamente exploradas pela mídia e pelas redes sociais.
O documentário ainda revisita o impacto das falas polêmicas do artista, que abalaram não só sua reputação, mas também parcerias milionárias com marcas globais. Ballesteros não oferece respostas fáceis, mas levanta questionamentos sobre até que ponto a indústria e o público alimentam a espiral de ascensão e decadência de figuras como Ye.
Mais do que um retrato individual, Em Nome de Quem? lança luz sobre temas urgentes como saúde mental, racismo estrutural, cultura da celebridade e cancelamento em tempos digitais. Ye, com toda a sua complexidade, surge não apenas como protagonista, mas como metáfora de uma era em que a exposição sem limites redefine os rumos da arte, da fama e da própria condição humana.
Com estreia marcada para setembro de 2025, o longa promete dividir opiniões, assim como sempre fez o próprio Kanye West. Mas, ao oferecer acesso inédito a sua vulnerabilidade e contradições, o filme também abre espaço para uma reflexão mais ampla sobre como lidamos com o gênio e o caos na mesma medida.
Essa publicação é fruto de uma parceria especial entre a Revista Raça Brasil e o Fórum Brasil Diverso, evento realizado pela Revista Raça Brasil nos dias 10 e 11 de novembro, que celebra a diversidade, a cultura e a potência da música negra brasileira. Não perca a oportunidade de participar desse encontro transformador — inscreva-se já www.forumbrasildiverso.org