Documentário “Tambores da Diáspora” terá exibição única dia 23, no Cine Marquise, em SP
Com direção de João Nascimento, “Tambores da Diáspora” discute a ancestralidade e a tecnologia dos tambores nos dias atuais
Na próxima quarta-feira, 23, acontece a exibição especial do documentário “Tambores da Diáspora”, no Cine Marquise, em São Paulo. O filme é dirigido pelo cineasta João Nascimento.
“Tambores da Diáspora” conta histórias que são invisibilizadas no ambiente das artes eurocentradas, além de documentar narrativas que valorizam devidamente a cultura negra no Brasil, contribuindo para o processo de descolonização cultural. Para Nascimento, o audiovisual tem sido uma ferramenta que cada vez mais serve como meio de registro de suas pesquisas no campo das artes negras que já conta com duas décadas de projetos potentes retratando histórias que instigam o despertar de reflexões sobre o modo de vida social, político, artístico e cultural da diáspora africana.
“Eu cresci aos pés dos tambores, nas rodas de capoeira, aos sons dos batuques, nos toques para os ibejis nas festas de Caruru que acontecem há 38 anos no quintal de minha casa. Então, o filme “Tambores da Diáspora” nasceu da curiosidade de compreender e aprofundar esse conhecimento sobre esse vasto universo percussivo” , afirma Nascimento.
O filme traz depoimentos e narrativas de grandes nomes das batucadas como Silvanny Sivuca, Beth Beli, Dinho Nascimento, Simone Sou, Dinho Gonçalves, Pedro Bandera, Marcos Suzano e Paulo Dias, que, por meio de tomadas espontâneas ilustram performances, identidades, pensamentos e reflexões que atravessam o racismo cultural, a espiritualidade e a ancestralidade. Além disso, fica evidente ao longo do filme que existe uma organização de composições e arranjos fundamentados nas células rítmicas executadas pelos tambores, que passam a ser interpretadas e incorporadas por outros instrumentos e escolas musicais.
“Tambores da Diáspora” é um filme que se propõe a investigar a erudição implicada no instrumento e sua comunidade, perpassando pelos fundamentos e seus desdobramentos contemporâneos. O documentário busca romper com clichês, evidenciando a importância do pensamento percussivo vinculado à diversidade de produções artísticas consagradas no ambiente da música, a sua relação com a dança, com o corpo e com a tecnologia”, finaliza Nascimento.