Revista Raça Brasil

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Chuck Berry (Getty Images)

Documentários resgatam as raízes negras do rock: onde assistir no Brasil

Saiba quais são e onde estão as produções que contam a história apagada dos negros como pioneiros do rock como estética e gênero musical

 

Enquanto a narrativa mainstream atribui a criação do rock a artistas brancos, sua essência nasceu da inovação de músicos negros que enfrentaram racismo e apagamento cultural. Uma nova leva de documentários desenterra essa história, combinando arquivos raros com reflexões sobre apropriação artística. Confira a lista completa e plataformas disponíveis:

 

Chuck Berry: O Rei Original do Rock (2018)

Disponível: Apple TV

Detalha como Berry revolucionou a música ao fundir blues, country e R & B, criando a base do rock. Com depoimentos de Gene Simmons e Steven Van Zandt, o filme expõe o racismo que o impediu de colher os frutos de sua genialidade enquanto artistas brancos popularizavam seu estilo.

 

A Madrinha do Rock (2014)

Disponível: Amazon Prime Video

Revela Rosetta Tharpe, guitarrista gospel dos anos 1930 cuja técnica pioneira influenciou Chuck Berry, Elvis e Little Richard. Mostra como sua imagem foi apagada pela indústria por ser uma mulher negra, embora tenha sido essencial na criação do gênero.

 

Summer of Soul (2021)

Disponível: Disney+ e Globoplay

Vencedor do Oscar, restaura as imagens do Harlem Cultural Festival (1969), evento com 300 mil pessoas que rivalizou com Woodstock mas foi ignorado pela mídia. Com apresentações de Stevie Wonder e Nina Simone, o documentário conecta a efervescência musical à luta por direitos civis.

 

Outras obras fundamentais

 

What Happened, Miss Simone? (2015)

Netflix

Traça a vida da pianista Nina Simone, explorando como seu ativismo moldou canções que desafiaram o racismo nos EUA.

 

Little Richard: Eu Sou Tudo (2023)

Amazon Prime Video

Expõe como o artista queer e negro teve sua imagem “embranquecida” pela indústria, apesar de ter definido a estética do rock.

 

O Legado Gospel (2017)

Curta Filmes TV

Analisa a transição de corais gospel negros dos anos 1930 para as primeiras bandas de rock, mostrando a influência religiosa no ritmo.

 

Os Invisíveis do Rock (2008)

Apple TV

Revela músicos de estúdio negros como King Curtis, que tocaram em sucessos de Elvis e The Beach Boys sem crédito.

 

Save the Children (2024)

Netflix

Recém-lançado, restaura em 4K o festival da Black Expo (1972) com Marvin Gaye e The Jackson 5, celebrando empreendedorismo negro em Chicago.

 

Por que esse resgate importa?

 

Esses filmes confrontam dois fenômenos: a apropriação cultural (como ritmos negros foram “embranquecidos” para consumo massivo) e a resistência criativa que transformou a música em arma política. Summer of Soul, por exemplo, mostra Nina Simone declamando poesia revolucionária entre as canções, enquanto Little Richard: Eu Sou Tudo expõe o custo humano da fama.

 

Com plataformas digitais democratizando acesso a arquivos históricos, esses documentários cumprem um papel urgente: reescrevem a história da música, provando que o rock nunca foi um produto branco – foi, antes de tudo, a voz de comunidades marginalizadas reinventando sua liberdade.

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