Racismo estrutural e acesso desigual à saúde influenciam no adoecimento da população negra
Na edição 249, a Revista Raça ouviu especialistas para apontar as doenças que mais afetam a população negra brasileira. Um ponto central é que o racismo, nos sistemas de saúde, educação, trabalho e moradia, atua como determinante social da saúde, impactando diretamente no bem-estar físico e mental das pessoas negras.
É importante compreender que a maior prevalência de algumas doenças não se explica apenas por fatores genéticos. A realidade é mais complexa e envolve também aspectos ambientais, sociais e econômicos. Por isso, políticas públicas que garantam acesso à informação, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento digno são fundamentais para mudar esse cenário.
Promover a educação em saúde, garantir atendimento médico de qualidade, incentivar hábitos saudáveis e combater as desigualdades estruturais são passos essenciais para reduzir os impactos dessas doenças. Veja, a seguir, algumas das condições que mais exigem atenção:
1. Hipertensão Arterial
A pressão alta é significativamente mais comum entre pessoas negras. A combinação de predisposição genética, alimentação inadequada, sedentarismo e desigualdades sociais contribui para esse quadro. Sem controle, a hipertensão pode levar a infarto, AVC e doenças renais.
2. Diabetes Tipo 2
Com maior incidência nessa população, o diabetes tipo 2 está ligado a fatores genéticos e ao estilo de vida. O acesso limitado a alimentos saudáveis e à assistência médica agrava o problema.
3. Câncer de Cólon
A ausência de políticas de rastreamento e diagnóstico precoce contribui para que pessoas negras enfrentem o câncer colorretal em estágios mais avançados. Campanhas de conscientização e acesso a exames são fundamentais.
4. Asma
As taxas de asma são mais elevadas em comunidades negras, muitas vezes em função da exposição a poluentes, moradias precárias e acesso limitado a cuidados de saúde. Fatores ambientais e sociais estão diretamente ligados à gravidade dos quadros.
5. 
A maior prevalência dessa condição entre pessoas negras está associada ao descontrole de outras doenças como hipertensão e diabetes, além da dificuldade de acesso a tratamentos preventivos e especializados.