Editora Bantú e Quilombo do Campinho assinam termo de compromisso para reedição da obra “Terra de Preto, Terra de Mulheres” durante a Flip Preta de 2019

Parceria histórica foi firmada durante a Flip Preta em Paraty

Na noite memorável de 11 de julho, em que ocorreu a abertura da primeira Flip Preta, a comunidade do Quilombo do Campinho da Independência e a Editora Bantú, por meio do representante legal da editora, Maurício Pestana, assinaram um termo de compromisso para promover a reedição da histórica obra “Terra de Preto, Terra de Mulheres”.

O livro marcou a trajetória da comunidade e foi utilizado como documento fundamental para a titulação do quilombo, tendo registrado os primeiros passos de luta dessa comunidade. Agora, em 2019, passados 20 anos da titulação, caberá a Editora Bantú concretizar os passos e histórias que seguiram até os dias atuais.

Estiveram presentes as lideranças Laura Maria, Ana Cláudia Martins e muitos outros representantes da comunidade presenciaram esse fato histórico. Daniele Elias Santos, atual presidente da Associação de Moradores do Quilombo do Campinho (Amoqc) foi responsável pela assinatura do convênio.

“Fechar uma parceria com uma editora preta que tem esse viés da questão racial é um imenso orgulho para nós, é um momento especial. Teremos com essa reedição um registro dos 20 anos pós titulação, porque tivemos uma grande luta para conquistar o território e em seguida muitos desafios e foram enfrentados”, pontuou Daniele Elias.

Ela contou também que, apesar de todos os desafios postos para uma comunidade quilombola, o Campinho se tornou uma grande referência na gestão comunitária, nos empreendimentos coletivos, com o turismo de base comunitária e também com a manutenção e fortalecimento da cultura.

“Manter e fortalecer nossa cultura é o principal, por ser aquilo que nos difere, o que nos faz ser quilombola”, finalizou.

Maurício Pestana contou que sua relação com a comunidade vem de muitos anos e que este termo também representa um antigo sonho de colocar essa história fantástica que é exemplo para o Brasil, sobretudo num momento em que as comunidades tradicionais se sentem tão ameaçadas.

“Quilombo do Campinho e Bantú dão exemplo de resistência”, enfatizou.

Sobre a Flip Preta

A Flip Preta ocorreu de 11 a 14 de julho no Quilombo do Campinho em Paraty, no Rio de Janeiro. Reuniu escritores e escritoras, mestres e mestras, poetas, atores e atrizes, grupos e ativistas do movimento negro em um evento que marcou história e resistência das nossas lutas.

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