Foi mais do que futebol. Foi entrega, foi coração e foi história sendo escrita diante dos nossos olhos. A Seleção Brasileira Feminina conquistou neste sábado (3) o título da Copa América após um empate eletrizante em 4 a 4 com a Colômbia e uma vitória nos pênaltis por 5 a 4 — com direito a defesa decisiva da goleira Lorena e dois gols emocionantes da nossa eterna rainha Marta.
Num jogo digno de final, repleto de reviravoltas e emoção até o último segundo, o Brasil não apenas garantiu sua nona taça em dez edições do torneio, mas também devolveu ao país aquele brilho nos olhos. Um momento de respiro, de orgulho, de se sentir representado dentro de campo.
Marta, aos 38 anos, mostrou mais uma vez por que é a maior da história. Mesmo após perder um pênalti na disputa final, sua atuação foi inspiradora: marcou dois gols nos momentos mais difíceis do jogo e conduziu o time com a força de quem sabe que carrega muito mais do que uma camisa — carrega gerações de mulheres que sonham.
Lorena, goleira negra, prata nos Jogos de Paris e gigante no gol, defendeu a cobrança decisiva e foi símbolo de resistência, de potência e de um Brasil que luta e vence. Seu nome ecoou como símbolo de todas que resistem em silêncio, todos os dias, para terem seu talento reconhecido.
Essa seleção é sobre futebol, sim — mas é também sobre representatividade, transformação e afeto. É sobre ver mulheres negras, nordestinas, LGBTQIA+ e periféricas sendo celebradas não apenas por suas habilidades, mas pela humanidade que carregam. É sobre inspirar meninas a acreditarem que lugar de mulher é onde ela quiser — inclusive no topo do pódio.
E que bom é ver o Brasil voltar a sorrir com elas.
Não foi só uma vitória: foi um grito de “nós estamos aqui”, mais forte do que nunca.
Foi a vitória de todas nós.