Empresas de negros são as que mais sofreram com a pandemia segundo pesquisa do Sebrae
Desigualdade racial e social é um agravante
Uma pesquisa feita pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, mostrou que as dificuldades enfrentadas pelos empreendimentos do país, durante a pandemia, são maiores quando as empresas são lideradas por negros.
Levando em consideração a redução do faturamento mensal nesse período de enfrentamento ao novo coronavírus, a diferença é de 2%. Entre os negros, a diminuição representou 81% dos negócios contra 79% do índice geral.
Quando a questão é a possibilidade de crédito essa disparidade fica ainda maior. Entre os empreendedores negros, 33% dos que pediram empréstimo conseguiram. Na média geral o índice de sucesso foi de 39%.
A pesquisa também revelou um desequilíbrio quanto ao nível de inadimplência. Os empreendedores negros representam 40% e o conjunto dos empresários 34%.
Os efeitos claros da pandemia podem ser confirmados, também, no Centro do Rio, pólo comercial da cidade. Muitas portas fechadas e ruas sem grande movimentação. Um cenário atípico para a região.
A Fecomércio RJ (Federação do comércio de bens, serviços e turismo do estado do Rio de Janeiro) fez, então, um levantamento para entender a situação e percebeu que a dificuldade para manter o negócio de pé atinge tanto os estabelecimentos mais tradicionais como os mais novos.
De acordo com o documento, produzido em janeiro deste ano, 83% dos empresários do Centro apontaram piora na demanda por produtos e serviços.
Nas comunidades o cenário não é diferente. A Central Única das Favelas (CUFA) afirma que 75% dos empreendedores das comunidades pelo Brasil tiveram que fechar as portas.