Entrevista com o músico Jairzinho

Veja o que disse o cantor Jair Oliveira, também conhecido como Jairzinho à Revista Raça

 

TEXTO: Amilton Pinheiro | FOTO: Rafael Cusato | Adaptação web: David Pereira

Jair Oliveira, o Jairzinho | FOTO: Rafael Cusato

Jair Oliveira, o Jairzinho | FOTO: Rafael Cusato

Cantor, compositor, multi-instrumentista, arranjador, produtor musical e, “nas horas vagas”, ator. Jair Oliveira é o que podemos chamar de um artista nato, cuja carreira sou três décadas em 2011, marca significativa para um jovem de, na época, 36 anos. Filho do talentoso e irreverente Jair Rodrigues, ele atualmente divide seu tempo entre a carreira e a produtora S de Samba, uma parceria com o amigo Wilson Simoninha.

Jair Oliveira tem sólida formação musical, que começou com a vasta discoteca dos pais, além do trânsito constante de estrelas da MPB em sua casa. Aos 18 anos, Jair foi morar nos Estados Unidos e estudou música em uma faculdade de Boston. Lá, se aproximou mais do soul, do jazz, do funk e do rap americano, ritmos que misturou com o velho e bom samba que escutava na casa dos pais e que desaguou em sua carreira solo, iniciada em 1999 com o CD Dis’ritmia. De lá pra cá, Jair Oliveira mostrou sua versatilidade nos discos Outro, 3.1 e CD Simples, além de Simples ao Vivo (DVD), O Samba me cantou (CD/DVD em parceria com a irmã, Luciana Mello), Grandes Pequeninos (CD/Livro infantil, com a mulher Tânia Khalill, mãe de suas duas fi lhas, Isabela e Laura), e o CD/Livro Samba Jazz. Nessa entrevista, ele relembra esses mais de 30 anos de carreira, as influências e põe fim ao mito de que não gosta de falar do tempo em que participou do grupo infantil Balão Mágico, quando era conhecido simplesmente por Jairzinho. “Tenho muito orgulho, na real!”

Veja trechos da entrevista com Jairzinho

São mais de 30 anos de carreira, em 39 anos de vida. Uma marca e tanto, né?

Ah, cara é isso! Comecei cedo, em 1981, aos 6 anos de idade, com o meu pai. É uma alegria, puxa vida, trabalhar com música, com arte ou qualquer forma de expressão artística. É uma felicidade imensa, porque você tem que seentregar para isso, não é um tipo de trabalho que você faz desejando fazer outra coisa. Acho que nenhum artista, até mesmo aqueles que vivem em situações que não conseguem dinheiro suficiente para pagar o aluguel, se sente infeliz com a carreira que escolheu. É um ofício que exige muito afinco.

Capas de alguns dos CD's do músico Jair Oliveira | FOTOS: Divulgação

Capas de alguns dos CD’s do músico Jair Oliveira | FOTOS: Divulgação

Interessante é que você, da mesma forma que sua irmã Luciana Mello, entrou na carreira musical por afinidade mesmo, sem a pressão do pai famoso.

Foi! Nosso pai não pressionou de forma alguma nossas escolhas. Até já existiu muitas comparações das nossas carreiras com a do nosso pai, quando estávamos começando. Aí, quando a gente recomeçou, porque eu e minha irmã tivemos que recomeçar nossas carreiras quando viramos adultos, essas comparações deixaram de acontecer. Quando digo que recomeçamos a carreira é pelo fato de que eu e minha irmã mudamos completamente o que fazíamos quando éramos crianças. Em algumas situações, principalmente vindas de alguns jornalistas, havia essas comparações dos nossos trabalhos. Mas isso foi até eles descobrirem que cada um tinha o seu próprio conceito e estilo.

Hoje, essas comparações acabaram?

Sim, acabaram. Eu entrei na música, como você mesmo falou, por afinidade. Eu vi que a música era o que me chamava a atenção, independentemente de ter um pai que já estava há vários anos na estrada fazendo sucesso.

Ter crescido num lar onde se escutava música de diferentes gêneros, com a presença dos amigos músicos de seu pai, também contribuiu para aflorar esta paixão?

Sem dúvida! Isso também vinha da própria carreira do meu pai. A carreira dele foi e é determinante, porque ele sempre foi um intérprete. Outra característica da carreira dele que me influenciou foi o fato de ele não ter muito preconceito em relação ao que interpretava. Se ele gosta da música, independentemente do estilo, ele grava. E grava sempre superbem.

Voltando no tempo, você entrou no Balão Mágico depois do disco Superfantástico, considerado o auge do grupo. De que lembra dessa época,inclusive do programa exibido nas manhãs pela TV Globo?

Ah, me ajudou a perder um pouco a timidez e a saber lidar com a câmera e os bastidores da televisão. Musicalmente, essa experiência me ajudou muitotambém, porque tudo que você faz na vida está dentro de um liquidificador.

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