Escola faz ‘Festival Cabelos Lindos’ para combater bullying em sala de aula

Após crianças com cabelos cacheados sofrerem preconceito, evento promoveu valores como empoderamento e valorização da diversidade.

Festival de cabelos cacheados aconteceu em escola sergipana Foto: Roberto Trindade/Divulgação

Uma brilhante ideia tomou conta do Colégio do Salvador, em Aracaju (SE), após denúncias de bullying com crianças de cabelo cacheado em salas de aula.

Com o lema ‘Meu cabelo não é moda, é identidade. Solte o cabelo e prenda o preconceito’, a escola promoveu o ‘Festival Cabelos Lindos’. O evento teve o objetivo de empoderar e ampliar os valores de respeito e diversidade no colégio.

“Eu me surpreendi com o sofrimento que os alunos, em especial as meninas, com cabelo enrolado enfrentavam. Algumas crianças eram deixadas de lado na hora das brincadeiras e percebi que precisávamos fazer algo diferenciado a respeito”, explicou a coordenadora da Educação Infantil do colégio, Nair Almeida, ao E+.

Durante o festival, houve leituras de poemas, depoimentos e desfiles com estudantes de todas as idades.

A ideia cativou não só alunos, pais e professores, como também profissionais e empresas. Um salão de beleza da capital sergipana enviou um cabeleireiro para ensinar dois penteados aos estudantes. Além disso, uma livraria ofereceu livros sobre bullying e histórias infantis com personagens de cabelos cacheados.

“A gente procura trabalhar questões de empoderamento na escola de acordo com a demanda. E a questão dos cabelos era muito forte. Alguns professores chegaram a abordar o problema dentro de sala de aula, mas pensamos em fazer algo maior”, afirma a coordenadora.

Almeida, que também é psicóloga, acredita que é importante trazer casos vividos dentro da escola para discussão de todos. “Recentemente, uma aluna se queixou de que foi chamada de ‘pobre’ por uma colega simplesmente por ser negra. Então o racismo é um tema que também vamos trabalhar num futuro próximo”, ressalta.

Os resultados da ação já são perceptíveis no colégio, segundo a coordenadora. “Diversas alunas mostraram mais autoestima e autoafirmação. O feedback dos pais foi muito positivo também. Eles dizem que as filhas não pedem mais para ir ao salão, para fazer escova e outros procedimentos, além de sentirem mais confiança”, relata.

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