Espetáculo ‘Mãe de Santo’ terá duas únicas apresentações no Rio

O Teatro Café Pequeno no Rio de Janeiro será o palco para as duas únicas apresentações do espetáculo ‘Mãe de Santo’, que terá a presença da professora, escritora e filósofa Helena Theodoro em um bate-papo especial referente suas experiências e de outras mulheres que foram a motivação para o desenvolvimento dessa montagem. A direção geral ficou por conta de Luiz Antonio Pilar e foi escrita pela autora teatral Renata Mizrahi.

O monólogo ‘Mãe de Santo’ redefine e glorifica o poder das mulheres pretas e seus corpos sagrados, como líderes de suas comunidades, contam histórias de mulheres afro-brasileiras, através de narrativas e vivências reais, com muito orgulho. A atriz Vilma Melo vencedora do Prêmio Shell (2017) como melhor atriz, é a protagonista. As sessões terão audiodescrição e libras, visando contemplar todo o público.

A peça é imperdível e já teve outras apresentações em anos anteriores, inclusive fora do país como em Cabo Verde, na África, além de receber convites para participar em Moçambique, Angola e Portugal. Helena Theodoro que completou 80 anos no ano passado segue firme em suas idealizações, convicções e filosofias sobre as mulheres pretas e seus direitos à imaginação, poesia, musicalidade, maternidade, espiritualidade desde sempre e infinito.

Ser mãe de santo é cuidar dos indivíduos de ontem, da ancestralidade, do presente, de famílias, de amigos visando um amanhã mais pleno e mais amoroso. O figurino é fiel aos utilizados nas vestes e acessórios típicos da religião de matriz africana e mostra como a mulher tem um papel importante na sociedade e como necessitam de acolhimento.

O idealizador e produtor Bruno Mariozz desenvolveu o projeto em 2018 e se aproveitou da situação da avó materna, senhora Maria que tinha Alzheimer, para tratar de fé e das histórias envolvendo as mulheres que o inspiraram e orientaram seu caminho, demonstrando seu compromisso com a ancestralidade, respeito e felicidade como resultado final.

A materialidade do que é ser mãe é muito profunda, pois significa mais do que gerar, criar e educar os seres, ela visa a representação da vida. A filosofia esclarece que: “A ancestralidade dessas mulheres pretas empodera o cotidiano, os estudos, a família, a carreira profissional, a posição social, e ainda fortalece o enfrentamento do racismo diário”.