Espetáculo Teatral: Cavalos Pretos São Imensos
Uma metáfora de realidade e resistência, retratando o cárcere feminino, o espetáculo teatral será apresentado somente em cidades que tem organismos de detenção. A peça é da dramaturga @barbara.esmenia Bárbara Esmenia, com direção de @thaisdias_atriz Thais Dias. Elas trazem a interioridade da experiência de mulheres aprisionadas, em uma metáfora do “cavalo preto imenso”, que trata da força e resistência da mulher mediante um sistema opressor e na maioria das vezes desumano.
A temporada começa em setembro no @grupoclariodeteatro Espaço Clariô, em Taboão da Serra, no dia 6 de setembro e vai até o dia 8 de setembro, com entrada gratuita. O público terá contato com a realidade cruel que ocorrem nas carceragens femininas no Brasil. Depois a peça vai itinerando por cidade que têm penitenciárias e outros órgãos de detenção, começando por Franco da Rocha e seguindo por outros municípios como São Paulo, Ribeirão Preto e Hortolândia, visando debater e refletir sobre essas questões nestas cidades.
Cavalos Pretos São Imensos não quer romantizar a vida de uma mulher dentro de uma prisão brasileira, e sim denunciar a crueldade dentro do cárcere. Pesquisas do Infopen Mulheres relatam o aumento de 455% do aprisionamento de mulheres do ano 2000 a 2016. O papel principal é de Nininha, uma mulher presa que tem sonhos e deseja realizá-los. Em paralelo são abordados temas sobre racismo estrutural, violência de gênero e normatividades sexuais. Além de narrativas sobre afeto, camaradagem e duras vivências no encarceramento.
O elenco é integralmente feminino e majoritariamente negro e realizam uma presença cênica circular, com poucos elementos em cena, mas com interpretações intensas com o simbolismo dos corpos-cavalos em destaque. E para aumentar o peso emocional da peça, as atrizes cantam em algumas passagens. O espetáculo @cavalospretos.saoimensos relembra o caso Luana Barbosa dos Reis, mulher negra espancada na frente de seu filho pela polícia em Ribeirão Preto, de modo brutal e desrespeitoso, morta cinco dias depois. Uma clara e dura realidade de violação dos direitos das mulheres (negras), LGBTQ+ e humanas. Uma narrativa forte, mas necessária na sociedade de hoje.
Por Sabrina Andrea @sabrandrea
Foto: Daisy Serena @daisy_aserena