Revista Raça Brasil

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Bolsista negra é internada após ataque racista e homofóbico em escola particular em SP

Caso no Mackenzie expõe violência racial em escolas privadas e a omissão institucional diante do ódio

Por Bruno Deusdará

 

Uma estudante bolsista de 15 anos do Colégio Presbiteriano Mackenzie, uma das instituições de ensino mais tradicionais de São Paulo, está internada após uma tentativa de suicídio dentro do banheiro da escola. após uma série de ataques racistas e homofóbicos por parte de colegas.

 

Segundo a advogada Réa Sylvia, que representa a família, a violência começou quando a aluna ingressou na escola através de um programa de bolsas. “Era alvo constante de xingamentos racistas como ‘preta fedida’ e ‘cabelo de bombril’, além de ataques homofóbicos”. A situação atingiu seu ápice quando colegas a coagiram a participar de atos sexuais sob ameaça de exposição nas redes sociais. “Minha cliente vivia aterrorizada. A escola sabia, mas optou por ignorar”, denuncia a defensora.

 

Ações Judiciais em Andamento

 

Documentos comprovam que a mãe da vítima enviou múltiplos alertas à direção do colégio. “Nenhuma medida preventiva foi tomada. Só após a tragédia é que demonstraram preocupação”, acusa Sylvia. A família agora exige na Justiça que a instituição arque com tratamento especializado. “Como confiar num sistema que a colocou num leito ao lado de pacientes terminais?”, questiona a advogada, referindo-se às condições precárias do hospital público.

 

A Defesa da Instituição

 

Em resposta às acusações, o Mackenzie emitiu nota afirmando que “prestou todos os cuidados necessários” e que mantém “acompanhamento psicológico permanente”. A direção, contudo, não soube explicar por que as denúncias anteriores não resultaram em punições aos agressores, limitando-se a dizer que “o caso está sob análise”.

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