Já imaginou ver Kurt Zouma, zagueiro francês com passagem marcante pelo Chelsea e campeão da Champions League ao lado de Thiago Silva, atuando em um gramado brasileiro? Esse desejo não está tão distante da realidade. Aos 30 anos, o defensor, que atualmente joga no Al-Orobah, da Arábia Saudita, pediu a seus representantes que buscassem uma oportunidade no Brasil. E a resposta de alguns clubes foi positiva.
Segundo a jornalista Raisa Simplicio, do Goal Brasil, Zouma já foi oferecido a times brasileiros — e entre eles, há quem veja com bons olhos a chance de contar com sua experiência. O nome do Fluminense surgiu entre as possibilidades. Diante disso, a pergunta inevitável: cabe no Flu? Pode ser que sim, mas o que chama ainda mais atenção é o que esse movimento representa.
Ver um jogador europeu, negro, francês, buscar espaço no futebol brasileiro traz à tona reflexões importantes. Por muitos anos, o fluxo foi o contrário — talentos daqui sendo levados para fora, muitas vezes sem retorno. Agora, nomes como Memphis Depay e talvez Zouma enxergam o Brasil como um solo fértil para continuar construindo sua história. Isso diz muito sobre o momento atual do nosso futebol.
E mais do que isso: representa também um gesto simbólico sobre visibilidade, representatividade e valorização de novos caminhos. Quando jogadores estrangeiros escolhem o Brasil, eles também estão dizendo que há algo aqui que vale a pena: a paixão das torcidas, a criatividade em campo, a força das nossas raízes — muitas delas africanas, como as do próprio Zouma.
A presença de atletas como ele por aqui não é só uma contratação ou reforço. É uma oportunidade de diálogo entre culturas, uma troca de experiências e, quem sabe, a chance de ver mais jovens negros se reconhecendo em diferentes lugares do mundo, inclusive no protagonismo dentro de casa.
Se Zouma vai ou não vestir uma camisa brasileira ainda não sabemos. Mas só o fato de ele querer estar aqui já fala muito sobre a potência que temos — e às vezes esquecemos.
