Exclusivo: Késia lança primeiro EP da carreira com muito R&B

Por Isadora Santos

Em seu trabalho de estreia, Késia conta detalhes sobre “INTENSA”

Késia é um rosto conhecido por trabalhos realizados na televisão. A atriz e cantora agora dá mais um passo importante na carreira e lança hoje o EP “INTENSA”. Um compacto de love songs, cheios de referências musicais, que fala sobre afeto, relacionamento e, sobretudo, traz narrativas de autoamor.

O novo trabalho de Késia é uma das novidades do R&B contemporâneo que mescla diferentes ritmos, dialogando com os sons da música negra americana que ouvimos desde a adolescência, com os ritmos e elementos instrumentais da música brasileira.

Em um trabalho independente, potente e cheio de mensagens poderosas para mulheres, em especial, as mulheres negras, Késia estreia “INTENSA” com uma entrevista exclusiva para RAÇA, onde conta o que podemos esperar do seu primeiro EP.

RAÇA – Como foi a preparação para a criação do EP “INTENSA”?

Késia – Não teve uma preparação específica para a criação do “INTENSA”. Eu acho que já estou me preparando há muito tempo de forma despretensiosa. Eu sempre busco estar estudando, pesquisando, me inteirando do universo das coisas que eu gosto de cantar, que eu gosto de produzir. Então não teve uma preparação específica, mas quando eu decidi que eu ia fazer o EP, eu dei uma silenciada, fiquei mais tempo em casa focada compondo e só quem estava comigo, envolvido nesse processo eram minha produtora, meu produtor musical, minha produtora executiva Júlia e a minha equipe. A gente estava todo mundo alerta. Mas é isso, eu fiquei em casa concentrada, pesquisando, estudando, experimentando.

RAÇA – Quais foram as referências musicais para criação do EP?

Késia – A minha geração, o meu tempo. As coisas que eu consumia e as coisas que eu consumia fora do tempo. Luther Vandross é uma das minhas primeiras referências de cantor do R&B e para mim, ele é rei do R&B. A própria Whitney Houston, Lauryn Hill e Brandy Norwood. Destiny Child, eu vivi isso, só queria consumir isso na minha adolescência, mesmo sendo evangélica e ouvindo músicas que eu não poderia ouvir. O próprio Michael Jackson é uma referência natural acho que para todo cantor. Mas as referências desse EP não são só musicais, tem estética, tem a estética do tempo. Tem anos 2000, anos 90 e anos 70. As referências não são só de cantores. Eu gosto muito da série ‘Pose’ e eu gosto de ver a personagem Elektra e a Candy e, de alguma forma, tem essas referências de estética, de beleza.

Pensando em R&B, eu acho que pagode é o grande R&B do Brasil. A gente canta R&B, faz coisa da gringa, mas o R&B nacional para mim é o pagode. Então as letras também tem essa narrativa. Não são do gênero pagode, estamos falando de R&B na sonoridade, as músicas têm levada de soul, tem balada, a gente flerta com uma percussão mais carioca na faixa três, tem o pandeiro no final, tem umas levadas de agogô pensando no pagodão baiano, mas é bem leve. Ainda soa R&B, mas o pagode é uma super referência de narrativa para mim. A primeira vez que eu ganhei dinheiro com música foi fazendo banking vocal para um grupo de pagode do meu bairro. Então o pagode está muito dentro da minha construção musical. Para mim o Péricles é uma grande referência dos maiores cantores de R&B desse país. Glória Groove, querida, amada do meu coração, que tudo que ela canta mesmo se for funk, tem ali o choro do R&B, tem ali a sonoridade do gospel. Essas são algumas das referências.

RAÇA – O projeto fala sobre momentos vividos dentro de um relacionamento. O que você trouxe de experiências pessoais para seu EP de estreia?

Késia – O EP fala sobre estar dentro de um relacionamento, inclusive com você mesma. Não é sobre os outros, é só sobre a gente. É mais individual, é bem íntimo. É muito sobre as experiências, não só minhas. Tem coisas que eu nunca vivi e que estão escritas ali, mas que dialogam com outras narrativas, outras pessoas. Eu lembro de ter feito um poema super simples chamado “Ela merece”, com palavras bem coloquiais, com uma rima até frágil, eu diria. E eu não imaginava que esse vídeo ia ter tantas visualizações no Tik Tok e no Instagram. Eu recebi mensagens de muitas mulheres. E esse vídeo fala sobre coisas que eu acho que a gente merece, que a gente merece ser amada, desejada, exibida, escolhida, querida, respeitada, essas coisas. Aí eu fico pensando como essas coisas são simples e a gente nunca viveu, então o que eu trago nesse EP são muitas situações, principalmente o amor próprio. O que mais tem de mim nesse EP é o amor próprio. De não querer mais aceitar uma situação de inferioridade, de não ser exibida, de ser escondida, e muitas vezes isso aconteceu por causa do racismo. Eu já tive amores, já tive desamores, mas acho que tudo isso me formou e fez a Késia que sou hoje. Acho importante sobreviver ao caos, sobreviver a tudo isso. Pelo tanto que já chorei e já sorri, hoje em dia penso que tudo vale. Quando a gente passa por essas dores e acha que a gente não vai conseguir se recuperar ou que não vai encontrar alguém, no caso, não encontrar a si mesma porque a gente se perde tanto e se esquece do que a gente merece e aceita pedaços, mesmo esses pedaços vindo totalmente sem laços, inclusive essa é uma das frases da música “Refém”. Então o que eu levo de mim, não são as experiências com outras pessoas, são as experiências comigo mesma. O que eu refleti sobre algumas relações que não me fizeram bem e sobre a minha relação comigo mesma, com a minha cor, com meu cabelo, com minha beleza, com meu corpo e com as coisas que eu acredito que mereço. Não só eu, mas todas as mulheres.

RAÇA – Você fez uma adaptação recente no seu nome que coincide com esse momento de novidades profissionais. O que significa essa mudança? E por que tomou essa decisão?

Na verdade, ele já está acontecendo desde o começo do ano. E não é uma mudança, é meu nome como ele é. Essa nova forma é só porque as pessoas sempre acham que eu sambo na Estácio, que moro no Estácio, que sou da faculdade Estácio. E acho que Késia fica mais rápido, mais prático. Falaram “Ah, mas você vai mudar? As pessoas já te conhecem.” E eu acho que não, eu sou muito pequena nessa rede, então tem muita gente para me conhecer, muita gente para ouvir falar de mim. Então já que eu estou tomando rédeas da minha carreira, a primeira vez que eu estou lançando um trabalho autoral, acho que preciso começar direito. Não é nada de muito diferente. É Késia.

Confira com exclusividade o clipe da faixa “I LOVE YOU”:

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