EXPOSIÇÃO CCBB – SP
Encruzilhadas da Arte Afro-brasileira

Os cinco andares do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) no centro de São Paulo serão palco da exposição Encruzilhadas da Arte Afro-brasileira, patrocinado pelo Banco do Brasil e BB Asset Management, a mostra traz obras dos últimos 200 anos do Brasil, de diversas regiões, realizadas por 61 artistas negros. Entre as obras estão: esculturas, pinturas, fotografias, vídeos e outros documentos técnicos, descritivos e temáticos.

A exposição vai até o dia 18/03/24 é gratuita e o público terá a oportunidade de acessar as produções artísticas afro-brasileiras, explicou, o curador, Deri Andrade, jornalista, pesquisador, criador da plataforma Projeto Afro de mapeamento e difusão de artistas negros da cultura afro-brasileira e curador assistente no Instituto Inhotim.

A base para esse trabalho vem da plataforma do Projeto Afro que tem por volta de 300 artistas cadastrados, na qual abrange produções artísticas brasileiras do século 19 até os anos 2000. O curador explica a importância da exposição: “A exposição traz outra referência e um novo olhar da arte nacional aos visitantes. A história da arte do Brasil apaga a presença negra e o artista negro do seu referencial”, completa.

Planejada em cinco eixos traz discussões, contextos e diferenças das épocas de diversas regiões e gerações brasileiras, baseada nos nomes de cinco artistas negros principais: Arthur Timótheo da Costa (Rio de Janeiro, RJ, 1882-1922), Rubem Valentim (Salvador, BA, 1922- São Paulo, SP, 1991), Lita Cerqueira (Salvador, BA, 1952), Maria Auxiliadora (Campo Belo , MG, 1935 – São Paulo, SP, 1974) e Mestre Didi (Salvador, BA, 1917- 2013). Cada qual comanda um eixo e seu significado: Orum (relacionado a questões espirituais entre céu e terra e Brasil e África; Cotidianos (ligado à representatividade); e Tornar-se, Linguagens, Cosmovisão (relações políticas e direitos).

Os paulistanos tem a chance de se debruçar sobre publicações, materiais e outros trabalhos de grandes artistas negros, uma vez que não se encontram muitas referências de artes afro-brasileiras. Assim, o curador desenvolveu uma maneira de tornar um pouco dessa arte acessível, bem como o reconhecimento desses artistas de forma não marginalizada, contrária ao que a sociedade ainda os julgava. Dessa forma é possível vislumbrar uma grande produção artística de autoria 100% negra no Brasil.