Exposição celebra mulheres na saúde

Dona Ivone Lara e Fátima Oliveira são destaques em exposição sobre mulheres na saúde

Para reconhecer essa dedicação e, sobretudo, para dar destaque à contribuição das mulheres na saúde, o Ministério da Saúde lançou a exposição: “Dona Ivone Lara e Mulheres da Saúde”. 

Segundo o próprio Ministério, a exposição enaltece o legado de trajetórias femininas importantes para a construção da saúde pública no Brasil. 

Nísia Trindade, ministra da saúde, disse que poucas pessoas conhecem a trajetória da Dona Ivone Lara na saúde e que, portanto, a exposição é um passo que celebra a mulher trabalhadora, da saúde e da cultura. 

Inove Lara, também conhecida como a Primeira-Dama do Samba ou Rainha do Samba, nasceu em 1922 e faleceu em 2018, aos 96 anos. Além de compor e cantar, era passista de escola de samba, tocava cavaquinho e teve mais de 15 álbuns lançados. 

Homenageada principal da exposição, ela também foi enfermeira, assistente social, terapeuta ocupacional e servidora do Ministério da Saúde. 

Dona Ivone Lara lutou pela humanização do tratamento psiquiátrico. No Instituto de Psiquiatria do Engenho de Dentro, no Rio, onde trabalhava desde os seus 25 anos, foi pioneira ao oferecer a abordagem musical para tratar e acolher seus pacientes. 

Estruturada como um desfile de escola de samba, a exposição apresenta as origens e o ambiente familiar da sua trajetória na saúde e sua carreira musical, com enfoque nas suas composições, parcerias e participações na agremiação Império Serrano. 

Outras mulheres também são destaque na exposição, entre elas Fátima Oliveira, feminista, sanitarista, médica e pessoa fundamental para a saúde pública brasileira, para a garantia dos direitos sexuais e reprodutivos e para a saúde da população negra. 

Maranhense, Fátima Oliveira (1953-2017) foi ativista social e médica, atuou em vários coletivos, entre eles o partido político PC do B, Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos; Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e Caribenhas, entre muitos outros espaços de fortalecimento da democracia e da saúde. 

Luís Eduardo Batista no canto direito da foto, junto ao estandarte em homenagem a Fátima Oliveira. Foto: Júlia Prado/MS.

O também sanitarista, que ocupa o cargo de Chefe da Assessoria para Equidade Racial em Saúde, do Ministério da Saúde e pesquisador reconhecido nas discussões sobre saúde da população negra, Luís Eduardo Batista, destacou que o Ministério da Saúde tem incluído a questão de classe, gênero raça e etnia em seus programas e políticas e valorização de pessoas trabalhadoras da saúde. 

“Com essa perspectiva, o Ministério da Saúde inaugurou o espaço Dona Ivone Lara. É sempre bom lembrar que Dona Ivone Lara começou a buscar potencialidades entre os pacientes do Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II. E, nesta busca, de potencialidades dos pacientes para arte e música, ela identificou o Francisco José, que era naquele momento um paciente, mas também havia sido um flautista da Orquestra Tabajara”. 

Luís Eduardo Batista ainda acrescenta que a homenagem que o Ministério da Saúde está fazendo para as mulheres que contribuíram com a saúde pública, coletiva, também está a médica Fátima Oliveira. “A médica dedicou a vida inteira pela equidade, pelo direito das mulheres e contra o racismo. Na área acadêmica, ela publicou vários livros sobre saúde da população negra e bioética, com a questão de gênero, raça e classe na saúde. Fátima Oliveira, na luta pela saúde da mulher e nos temas, racismo na saúde, se posicionou sempre. São pessoas fundamentais na construção do Ministério da Saúde e da política pública e que contribuíram muito e alicerçaram esse momento atual que temos no Ministério da Saúde, que coloca a questão de gênero, raça e etnia entre as prioridades dos seus programas, ações e políticas”.  

Serviço:

O que: “Dona Ivone Lara e Mulheres da Saúde”. 

Onde: Prédio do Ministério da Saúde, em Brasília–DF.

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Jornalista com experiência em gestão, relações públicas e promoção da equidade de gênero e raça. Trabalhou na imprensa, governo, sociedade civil, iniciativa privada e organismos internacionais. Está a frente do canal "Negra Percepção" no YouTube e é autora do livro 'Negra percepção: sobre mim e nós na pandemia'.

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