A Viena da coxinha e do pão de queijo

Chegamos à Viena, Áustria, penúltima etapa deste giro por países e cidades que todos os anos são roteiros turísticos de pessoas do mundo inteiro, incluindo muitos brasileiros. Com o intuito de mostrar a diversidade, esta série de artigos mostrou a peculiaridade, a visão e a percepção de um afro-brasileiro. A passagem pela Áustria, país que deu ao mundo o grande gênio da música clássica, o esplendoroso, Wolfgang Amadeus Mouzart, me fez lembrar que aqui, infelizmente, é berço de uma das maiores aberrações da história humanidade e da pureza racial, liderada por Adolf Hither.

Dos lugares em que passei, Viena é sem dúvidas a mais clássica e representativa cidade de características européias, o serviço de transporte impecável onde em poucos minutos vai-se de trem ao aeroporto no centro da cidade acessando todos os serviços de transportes incluindo, metrô.

A arquitetura e a culinária do templo mundial da música clássica é um show à parte, ao lado do rio Siena no qual os passeios são imperdíveis.

Na política, os resquícios de um nacionalismo xenofóbico têm ganhado força nos últimos anos, onde discursos e posicionamentos dos conservadores tanto de direita como da extrema direta, soam forte no parlamento austríaco, em Viena, isto é um pouco mais amenizado por uma presença mesmo que minoritária do centro esquerda, presente no administrativo da cidade.

Este quadro político aliado ao aspecto histórico de um país que não teve colônia na África e nem América Latina como fez Portugal, Espanha, Inglaterra e França, países por onde passei e percebi forte presença oriunda dos cidadãos das antigas colônias européias, talvez, justificando a pouca presença de negros e latinos na diversidade populacional da capital austríaca, o que faz de Viena realmente uma cidade bastante européia na formação étnico racial.

O Brasil, é um capítulo à parte neste universo anglo saxônico, afinal a princesa Leopoldina companheira de, Dom Pedro II pertencia à nobreza austríaca, e hoje, existe o interesse de resgatar esses laços e a importância da princesa para nossa cultura brasileira e muitas ações começam a ser realizadas, neste sentido, encontrei inclusive, uma associação brasileira em Viena a ABRASA que vem trabalhando neste sentido.

Outro cantinho brasileiro que o turista pode encontrar, é uma pequena rede de apart hotel chamado de Rioca, o dono, um alemão Amos Engelhardt apaixonado pelo Rio de Janeiro e Brasil, e compromissado com a diversidade brasileira, ambientou todo o hotel com conceito do nosso país onde dá para se encontrar coxinhas e pão de de queijo no café da manhã, além da musica ambiente ser brasileira, isso na terra das valsas vienenses.

A diversidade do Rioca não para na comida e na musica, os funcionários são quase todos brasileiros e o mais interessante, o gerente da principal unidade do hotel em Viena é negro e baiano, pude conversar com ele que disse a “a oportunidade que recebi de um austríaco branco dificilmente encontraria no Brasil.” Outro cargo de alto escalão na rede, é o de responsável por cultura e pessoas, também é ocupado por outro negro, o baiano, Denis, mostrando que a diversidade e a inclusão não têm fronteiras históricas, linguísticas ou raciais e é feito sim de atitudes. Próxima e última parada: Portugal.

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