Porto Alegre se prepara para viver dias especiais com o Festival de Oxum, um encontro que une fé, cultura e compromisso com o meio ambiente. Mais do que um evento religioso, o festival nasce como um abraço à ancestralidade negra e uma oportunidade de reafirmar a presença e a importância das tradições afro-brasileiras.
Previsto para acontecer em dezembro, o Festival de Oxum surge carregado de simbolismos, sobretudo em um estado que enfrenta as marcas deixadas pelas enchentes e onde muitas comunidades negras sofreram perdas profundas. O evento pretende lembrar que as águas, tão ligadas à orixá Oxum, são também fonte de vida e precisam ser protegidas.
Organizado pela Rede dos Afroempreendedores do Rio Grande do Sul e pelo Instituto Ecoa, o festival traz danças, música, arte e atividades educativas. Tudo pensado para celebrar as raízes africanas, fortalecer o orgulho negro e estimular reflexões sobre o cuidado com a natureza.
Num estado que lidera o número de adeptos das religiões de matriz africana no Brasil, a realização do festival também se transforma em um ato de resistência e afirmação. Afinal, ocupar espaços públicos com cultura e saberes negros é um passo importante para quebrar silêncios históricos e construir um futuro mais justo.
O Festival de Oxum quer mostrar que espiritualidade e meio ambiente caminham de mãos dadas, e que cuidar da natureza é também cuidar da própria comunidade. Será um momento de celebração, aprendizado e esperança — uma prova de que a força das mulheres negras e a sabedoria ancestral continuam pulsando, mesmo em tempos difíceis.