Revista Raça Brasil

Compartilhe

FIFA/FIFA via Getty Images

Fifa impõe sanções históricas contra racismo em revisão do Código Disciplinar

Paralisação, multas e até cancelamento da partida estão entre as novas punições

 

A entidade máxima do futebol mundial apresentou nesta quinta-feira (29/05) sua atualização mais contundente para combater discriminação racial. O novo Código Disciplinar, aprovado pelo Conselho da Fifa no início de maio, estabelece mecanismos rigorosos para casos de injúria étnico-racial, com penalidades financeiras sem precedentes e consequências esportivas severas.

 

Mudanças estruturais no protocolo

 

Qualquer atleta, membro de comissão técnica ou funcionário envolvido em partidas oficiais agora pode solicitar diretamente a interrupção do jogo ao relatar incidentes racistas. Os árbitros são obrigados a acionar imediatamente o procedimento padrão:

 

  • Paralisação temporária com anúncio no estádio
  • Suspensão definitiva se as ofensas persistirem
  • Cancelamento da partida como último recurso

 

Escala inédita de penalidades

  • Multas financeiras: Valores entre 20 mil (R$ 137 mil) e 5 milhões de francos suíços (R$ 34 milhões)
  • Punições coletivas: Restrição de público, jogos em portões fechados e redução de pontos em competições
  • Consequências extremas: Exclusão de torneios ou rebaixamento de divisão para reincidentes

 

Medidas progressivas para reincidência

 

Clubes e federações que registrarem novos episódios após condenação serão submetidos a um plano obrigatório:

 

  • Implementação de programas educativos certificados pela Fifa
  • Auditorias semestrais de compliance antidiscriminatório
  • Penalidades em cascata, incluindo perda de títulos conquistados durante infrações

 

Contexto e impactos

 

A revisão amplia o artigo 15, que desde 2024 já previa interrupções de jogos. A mudança surge após protestos de entidades como a FIFPRO, que denunciaram 175 casos de racismo em competições internacionais apenas em 2024. Analistas apontam que as sanções podem redefinir o equilíbrio competitivo: um clube rebaixado por racismo perderia cerca de R$500 milhões em receitas.

 

A medida coincide com a campanha global “No Room for Racism”, lançada em parceria com a ONU, que prevê treinamento obrigatório para 75 mil árbitros até 2026. Segundo a Fifa, “esta é a resposta institucional mais dura já adotada por uma federação esportiva mundial contra a discriminação”.

Publicidade

Open chat
Preciso de Ajuda
Olá 👋
Podemos te ajudar?