Filha de Arlindinho sofre ataque racista de criança e o cantor pede punição sem agressividade
O cantor Arlindinho deu um depoimento para o Bom Dia São Paulo desta quarta (5) sobre o aumento de casos de racismo na cidade. Ele falou sobre os ataques sofridos pela filha, Maria Helena, de 11 anos, enquanto ela jogava futebol na escola. O herdeiro de Arlindo Cruz exigiu uma punição para o estudante, mas reiterou que não deseja que a criança ou a família sejam linchadas.
O artista explicou não recebeu nenhum pedido de desculpas por parte dos pais do menino, que foi expulso do colégio após a ofensa. Talita Arruta, a mulher do cantor, contou como ocorreu o caso.
“Ela jogando bola, o agressor, na arquibancada, do 7º ano, grita e aponta: ‘Joga a bola, sua macaca’. Maria Helena chorou muito, na noite seguinte veio no meu quarto, pediu para dormir comigo. Ela não foi para a escola por dois, três dias. A gente foi conversando. No sábado, ela me perguntou, inúmeras vezes, se de fato ela era uma macaca”, relatou, aos prantos.
Arlindinho revelou sua preocupação. “Então, [tem que ter] uma punição, um aviso ou um susto. É a forma melhor que a escola poderia fazer. Eu me peguei também surpreso, preocupado. Também, por outro lado, não quero ter um linchamento na família do menor. No menor, menos ainda. A gente não está aqui para tacar pedras, está aqui para defender… No meu caso, os meus filhos. E para proteger, para outras crianças não passarem por isso”, afirmou.
A reportagem da Globo trouxe também como exemplo o caso de Alícia, filha da atriz Samara Felippo, outra a sofrer um ataque racista na escola. Segundos os dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado, os casos de racismo registrados tiveram um salto de 50% entre 2022 e 2023.
Foram 3110 casos em ruas e avenidas, 479 em escolas ou faculdades, 305 na Internet, 66 no shopping e 41 ambiente de trabalho. A Secretaria já registrou mil casos entre janeiro e fevereiro deste ano.
Um deles é o de Miriam Aparecida Guedes Ribeiro, que foi falsamente acusada de ter furtado uma loja num shopping da zona norte, e de Marcos Paulo Souza de Nóbrega, impedido de trabalhar por ter feito tranças no cabelo.