Fiscal que acusou empresária negra de furtar vestido foi demitido após a denúncia de Juliane Ferraz

Juliana Ferraz, ia comprar um presente para a enteada e tinha levado uma roupa de casa para comparar o tamanho. O caso foi registrado na 23ª DP como calúnia.

A Leader Magazine informou que demitiu o fiscal de loja que acusou falsamente uma cliente de ter roubado um vestido infantil na filial do Norte Shopping. O caso aconteceu na quinta-feira (10) e ganhou repercussão após Juliane Ferraz, de 24 anos, denunciar a situação em suas redes sociais.

“O responsável pela abordagem totalmente equivocada já foi afastado. Mas nossa ação de reparo não se limita a isso. Vamos levar o caso para reforçar nossos treinamentos. Fica aqui nosso pedido de desculpas e a certeza de que não deixaremos que se repita com outras pessoas”, informou a loja.

O NorteShopping, onde o caso ocorreu, disse que sua equipe de segurança não participou da abordagem e que está em contato com a loja para cobrar uma resposta para que situações como essa não aconteçam.

Abordagem no corredor do shopping

Na quinta-feira (10), Juliane Ferraz foi comprar um presente para a enteada, de 5 anos, e decidiu levar de casa uma roupa usada da menina para comparar o tamanho.

Na Leader, não encontrou um modelo que coubesse. “Só tinha até 3 anos. Medi com o que eu tinha trazido e não serviria para mim”, contou.

“Devolvi o vestido na arara, virei de frente para o supervisor da loja e ainda tive o cuidado de levantar a minha sacola, para ele ver que eu estava guardando uma coisa que era minha”, narrou.

“Quando eu estava saindo da Leader, percebi que ele ficou me encarando, mas eu nem dei bola, nem dei confiança”, prosseguiu.

Juliane foi a uma segunda loja e, ao sair, foi abordada no corredor pelo supervisor da Leader. Quase meia hora havia se passado.

“Escutei alguém me gritando: ‘Ou, ou, ou, senhora!’. Achei que tinha caído alguma coisa no chão, mas aí ele disse: ‘A senhora foi vista pegando um vestido dentro da loja. Um vestido branco de criança. A senhora botou ele no braço e pôs na bolsa’”, citou.

“Na mesma hora eu abri todas as minhas bolsas, mostrei para ele que não tinha nada. Mas ele insistia”, prosseguiu.

Segundo Juliane, o supervisor se convenceu de que não foi roubo somente quando todos foram ver a gravação do circuito interno da loja.

“A filmagem mostrou tudo o que eu tinha falado pra ele, que o vestido era meu. Ele pediu desculpas, disse que foi despreparado”, lembrou.

“Mesmo assim, ele ainda falou para mim que eu deveria ter ido até um vendedor e avisado”, destacou. 

Assim que saiu do shopping, Juliane decidiu procurar a Delegacia do Méier. Ela prestou depoimento, e o caso foi registrado como calúnia. A Polícia Civil disse que o funcionário da loja também já foi ouvido.

Eu acho que por muito tempo a gente ficou deixando para lá. Isso não pode mais acontecer, tem que fazer barulho mesmo, só assim as pessoas vão se conscientizar de fato. A cada dia é uma história diferente, só muda a vítima, mas a cor é a mesma em todos os casos, ninguém aguenta mais isso”, disse.

Comentários

Comentários

About Author /

Start typing and press Enter to search

Open chat
Preciso de Ajuda
Olá 👋
Podemos te ajudar?