França multicultural se une pelo bi: ‘Seleção representa a diversidade’

Blaise Matuidi tem 31 anos e nasceu em Toulouse, na França. Mas é filho de angolanos e poderia defender a seleção de Angola se assim quisesse. É apenas um dos exemplos no grupo em que 19 dos 23 jogadores ou são nascidos em outros países ou têm ligações familiares próximas a outras nações.

Paul Pogba tem pais com origens da Guiné, Kanté, Sidibé e Dembelé, do Mali, Umtiti nasceu em Camarões e Mandanda veio do Congo… A mistura cultural dos filhos de imigrantes e naturalizados é motivo de orgulho para Matuidi.

– França representa a diversidade. É um país maravilhoso. Os franceses estão orgulhosos de como está formada essa equipe, sua diversidade e sua beleza – afirmou o volante, na concentração da seleção, em Istra, perto de Moscou.

Apesar de na vida real as coisas não serem tão fáceis como diz Matuidi, já que o preconceito racial e social é algo histórico e flagrante na França, o fato é que o grupo comandado por Didier Deschamps tem dado mostras de união. Sem frases feitas e de efeito, vários jogadores vêm destacando a amizade formada na seleção que chegou à final da Copa do Mundo, contra a Croácia.

– Vivemos bem juntos, isso ajuda a fazer esforços para o companheiro de equipe. Nós nos tornamos uma equipe difícil de ser vencida – afirmou o atacante Antoine Griezmann, francês, neto de um português.

– A Copa de 2018 é o torneio em que me sinto melhor. O grupo é fantástico. Já me dá saudades pensar que vai terminar – destacou Matuidi, que já declarou nesta sexta que esta é sua última Copa do Mundo.

A união tem sido passada para o campo. Griezmann e Giroud receberam elogios de Deschamps pela maneira com que estão comprometidos com a marcação nesta Copa do Mundo. E o treinador, campeão mundial e capitão da França em 1998, é um líder respeitado dentro do grupo por sua história.

– Os atacantes são os primeiros a defender. Isso é uma questão de espírito. Nós somos uma família – comentou Matuidi.

– Deschamps é respeitado. Por quê? Porque ele venceu. Ele fez fortes escolhas, por exemplo, com Hernandez e Pavard (laterais). Depois da vitória contra a Argentina, a pressão diminuiu. Nós jogamos por ele – disse Griezmann.

Paul Pogba, antes contestado pelo comportamento, agora é elogiado pela maneira como tem lidado com os menos experientes do grupo, o mais jovem da Copa, com média de 26. O time titular de domingo pode ser o mais novo a conquistar o título mundial desde a Argentina, em 1978.

– Acho que o Pogba está mais aberto ao vestiário. Ele dá conselhos, ele fala quando é necessário. No jogo, não mudou muito – disse Griezmann.

– Somos uma família. Todos, inclusive os mais novos. Estou orgulhoso. Deschamps sabe o que é ser campeão mundial, foi um grande jogador. É um líder, sabe ficar perto de todos, até dos mais tímidos – afirmou Pogba.

Concentrada, a França diz ter tirado todas as lições possíveis da derrota na final da Eurocopa, há dois anos, para Portugal, em casa. Os próprios atletas reconheceram que houve soberba. Se a dita união francesa dará resultado desta vez, na Copa, o mundo verá a partir das 12h de domingo, no Lujniki.

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