Fundação Palmares lança nota de repúdio contra campanha que aborda racismo estrutural: ‘racismo não tem cor’

Nota publicada nas redes sociais da entidade se refere à campanha lançada em novembro de 2021 pela rede de academias Bodytech

A Fundação Palmares está envolvida em mais uma polêmica. Agora, a entidade, presidida por Sérgio Camargo, resgatou um post de uma campanha realizada pela rede de academias Bodytech, realizada em novembro 2021, para conscientizar a população sobre a importância de combater o racismo estrutural.

Nas redes sociais da fundação, foi publicada uma nota de repúdio contra a campanha da academia. A nota afirmava que ‘racismo não tem cor’ e que a campanha tinha como objetivo ‘dividir os brasileiros’: “A Fundação Cultural Palmares repudia e lamenta profundamente a campanha racista que está circulando nas redes sociais, a qual visa dividir os brasileiros e fomentar o ódio racial. Racismo é racismo, não importa a cor de quem está incentivando essa prática abominável”.

Na internet, muitas pessoas apontaram que a Fundação Palmares estava defendendo a existência do “racismo reverso”.

O conteúdo foi compartilhado pelo presidente da Palmares e pelo senador Flávio Bolsonaro. Em suas redes Sérgio Camargo ainda afirmou que “o povo preto não existe”, além de negar a existência do racismo estrutural e atribuir a luta antirracista a militância de esquerda.

Para o professor Carlos Machado, bacharel licenciado e mestre em história, o comportamento demonstrado a partir das medidas que a fundação tem adotado mostram que a supremacia branca ainda provoca grande influencia. “Uma pessoa estudada não entender que existe uma discriminação estrutural, um racismo estrutural contra a população de origem africana e os povos originários e que isso começou a partir do século 16 a mando de homens brancos, europeus, é, no mínimo não conhecer a história. Esse povo, eles procuram fazer um revisionismo da história, mas de uma forma que prejudica uma grande massa de pessoas. Então, na verdade, esse comportamento, essas posturas, elas revelam a supremacia branca continuando a exercer influência sobre as mentes e os corpos das pessoas”, afirma.