Revista Raça Brasil

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Funk como resistência: FP do Trem Bala fala sobre arte, identidade e periferia

“Estamos ocupando espaços que nos foram negados”: FP do Trem Bala fala sobre protagonismo e superação através do funk

Mais do que música, o funk é para FP do Trem Bala uma ferramenta de transformação social e afirmação identitária. Com hits de milhões de plays, ele representa o poder da periferia que se recusa a ser silenciada.

FP do Trem Bala é mais do que um nome em ascensão no funk brasileiro. DJ, cantor e produtor, ele se tornou um símbolo da potência criativa das favelas, utilizando sua arte como uma forma de reescrever histórias, desafiar estruturas de exclusão e inspirar uma juventude que, por muito tempo, foi deixada à margem.

“O funk, assim como a cor da minha pele, é um ato político. Estamos ocupando espaços que historicamente nos foram negados. Damos voz a jovens que muitas vezes foram silenciados, assassinados ou impedidos de acreditar nos próprios sonhos”, afirma o artista.

Criado na periferia, FP encontrou na música um caminho de resistência. Reconhecido como um dos nomes mais fortes do funk 150 BPM — subgênero que ajudou a impulsionar — ele acredita no ritmo como uma plataforma de empoderamento coletivo. “Cada batida carrega uma mensagem, cada verso é um manifesto”, resume.

Seu sucesso é reflexo dessa conexão profunda com a realidade de milhões de jovens brasileiros. O hit “Ela Vem, Brota No Meu Setor”, lançado em 2024 ao lado de Rodrigo da CN e DJ Zygão, ultrapassou 19 milhões de streams no Spotify e 20 milhões de visualizações no YouTube. Já a faixa “Foi Até Bom Te Encontrar” acumula mais de 26 milhões de execuções no Spotify e 47 milhões de views no YouTube.

Outras músicas, como “Ai Calica” e “Bandido Mau”, também se destacam, mostrando a versatilidade do artista e sua capacidade de dialogar com diferentes públicos. Para além do entretenimento, FP do Trem Bala transforma beats e letras em atos de resistência e afirmação.

“Vindo de um lugar onde quase não temos referência, hoje conseguimos abrir caminhos para que outras vidas também sejam transformadas”, diz. No cenário atual, FP é a prova de que o funk é muito mais que um ritmo: é voz, é luta, é movimento.

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