G20 e o Forúm Brasil Diverso.

Entre os dias 31 de outubro e 1º de novembro deste ano, foi realizado em São Paulo a décima edição do Fórum Brasil Diverso, cujo tema era “Passado, presente e futuro”, sob a coordenação do jornalista e CEO da Revista Raça, Mauricio Pestana. O evento foi um sucesso do início ao fim.

Os temas abordados e debatidos ao longo do evento, como Sustentabilidade, Racismo Ambiental e a pauta ESG, 10 anos de Política de Diversidade e Inclusão em Empresas Brasileiras, Americanas e Europeias, Diversidade, Educação e Empreendedorismo, representaram questões fundamentais no Brasil, na luta pela promoção da igualdade racial e inclusão.

O Fórum funcionou como uma antessala das discussões que estão ocorrendo no G20, especialmente no que diz respeito à questão racial. A redução das desigualdades, o combate à fome e à pobreza têm sido os grandes eixos da participação histórica do governo brasileiro nesse evento internacional.

Não por acaso, o governo brasileiro fez da ODS 18 – “Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 18” – que trata da “Igualdade Étnico-Racial”, um dos carros-chefes do evento paralelo do G20 Social. Afinal, é impossível o Brasil ser inclusivo e democrático sem superar o racismo.

Esse novo objetivo, sugerido pelo Brasil para ser adotado pela ONU e lançado na agenda paralela do G20 Social na última sexta-feira (15 de novembro), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, estabelece um diálogo direto com os temas abordados no Fórum promovido pela Revista Raça. Além disso, trata-se de uma das demandas mais urgentes da sociedade brasileira, o que é um bom sinal.

Isso revela que o movimento negro brasileiro – ou ao menos parte dele – está atento à agenda global de combate ao racismo e à promoção da igualdade racial, sem se deixar seduzir pelas armadilhas do identitarismo e das lacrações que, às vezes, afetam algumas das suas lideranças.

Não podemos esquecer que a promoção da igualdade racial, no mundo e particularmente no Brasil, é muito mais do que uma agenda cultural, digital ou político-partidária. Na verdade, é um dos princípios fundamentais dos direitos humanos.

Prova disso são os dados divulgados recentemente pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2022), que revelam números trágicos sobre a violência contra a comunidade negra no Brasil, sede do G20: 77% das vítimas de homicídio no Brasil são negras, 56% dos jovens mortos por armas de fogo são negros e 71% dos jovens mortos por policiais são negros.

Portanto, sem o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial, dificilmente teremos sociedades inclusivas e justas, onde os seres humanos sejam reconhecidos e respeitados, independentemente de sua raça, etnia ou religião.

Esperamos que esse tema não se restrinja à agenda paralela liderada pelo Brasil, mas que sensibilize os representantes das 20 maiores economias do mundo para que adotem, de fato, a proposta do governo brasileiro pela Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, em vez de gastar bilhões de dólares em guerras, massacres e genocídios.

Toca a zabumba que a terra é nossa!

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