Geração

O colunista Maurício Pestana | FOTO: Rafael Cusato

O colunista Maurício Pestana | FOTO: Rafael Cusato

Pertenço a uma geração que tem vivenciado mudanças estruturais políticas, sociais, comportamentais e tecnológicas em um espaço de tempo como nunca antes na história da humanidade.
Do ponto de vista político ainda me lembro do tempo que ser comunista ou ter um amigo tal seria correr risco de vida.

Imaginar que em tão poucas décadas sairíamos da máquina de escrever para os smartphones, facebooks, celulares e toda a parafernália tecnológicas que fazem parte do nosso dia-dia nem os filmes mais futuristas de minha adolescência podiam prever.

Mas com a mesma rapidez dos avanços sociais, econômicos e político retrocesso em marcha no Brasil que mesmo em minha adolescência no período da ditadura seria encarado como o estremo do atraso exemplo: o prefeito de Guanambi, Jairo Magalhães (PSB), editou um decreto inusitado, o Diário Oficial do município último dia 2 determinou a “entrega” da chave do município a Deus.

Diz o decreto: “Declaro que esta cidade pertence a Deus e que todos os setores da prefeitura municipal estarão sobre a cobertura do altíssimo”, justifica. “Declaro ainda que todos os principados, potestades, governadores deste mundo tenebroso, e as forças espirituais do mal, nesta cidade, estarão sujeitas ao senhor Jesus Cristo de Nazaré”, completa. “Principados e Potestades” são uma referência bíblica aos anjos do mau, ou demônios. Ignorando o Estado Laico brasileiro, o prefeito “cancelou” ainda, “em nome de Jesus, todos os pactos realizados com qualquer outro Deus ou entidades espirituais”. “A minha palavra é irrevogável”, conclui.

Enfim sinais de que não adianta o quanto a humanidade avance estamos sempre a mercê de um retrocesso maior que qualquer avanço e que a nossa população possa alcançar.

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