O reencontro de Gilberto Gil com o público, neste domingo (17), em São Paulo, foi marcado por lágrimas, silêncio respeitoso e uma emoção que atravessou o auditório do Ibirapuera. Em sua primeira apresentação desde a partida da filha, Preta Gil, o cantor escolheu transformar a dor em homenagem, dedicando a canção Drão à memória dela.
Antes de começar a cantar, Gil compartilhou o peso e a delicadeza desse momento:
“Todas as vezes que tenho cantado essa música ultimamente tenho cantado pra ela. Nesses últimos anos então, sempre pra ela. Uma das meninas lá de casa, nossa menina Preta. Foi feita pra mãe dela.”
As palavras ecoaram como um sopro de intimidade, aproximando o público de sua dor. A plateia respondeu com uma salva de palmas que misturava carinho, solidariedade e respeito. E então, em voz firme, mas carregada de emoção, Gil cantou — não apenas uma música, mas uma despedida, um abraço em forma de melodia.
Poucos dias antes, na sexta-feira (15), o artista havia usado as redes sociais para celebrar outra data significativa: o aniversário de Sandra Gadelha, a “Drão”, sua ex-esposa e mãe de Pedro, Preta e Maria. Na publicação, ele compartilhou fotos de diferentes momentos da vida em família e escreveu com ternura:
“Hoje é dia de desejar um feliz aniversário para Drão, mãe de Pedro, Preta e Maria. Aquele abraço com muito carinho, Drão Gadelha.”
Entre lembranças, música e saudade, Gilberto Gil mostrou mais uma vez que a arte é um lugar de encontro entre dor e amor — onde aqueles que se foram seguem vivos, no coração, na memória e nas canções.
