A arquiteta Gisele de Paula, nascida e criada no Rio de Janeiro, acaba de conquistar um marco histórico: ela será a primeira mulher negra responsável pela expografia da Bienal de São Paulo, uma das maiores e mais importantes mostras de arte contemporânea da América Latina.
Na 36ª edição do evento, marcada para acontecer entre 6 de setembro de 2025 e 11 de janeiro de 2026, Gisele propõe muito mais do que um espaço bonito — ela desenha uma experiência viva, que convida o público a sentir, caminhar, se transformar. Tudo isso com inspiração em saberes que atravessam gerações, como os de comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas.
Ao lado do curador Tiago Guimarães, Gisele apresenta uma expografia que, nas palavras dela, “conduz e transborda”. A proposta é que o espaço não só abrigue obras de arte, mas também conte histórias, provoque encontros e permita múltiplas formas de estar e pertencer.
O cenário dessa revolução poética será o icônico Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera. A entrada será gratuita, garantindo que o acesso à arte continue sendo um direito, não um privilégio. Serão cerca de 120 artistas convidados, e o convite feito por Gisele é claro: “chegue como você é, e permita-se sentir o que o espaço tem a te dizer”.
Sua conquista é, além de tudo, um gesto simbólico poderoso. Num país onde as mulheres negras ainda enfrentam muitas barreiras, ver Gisele à frente de um dos maiores eventos culturais do Brasil inspira, emociona e mostra que estamos, sim, escrevendo uma nova história.