Grã-Bretanha, Reino Unido ou Inglaterra: violência, exploração e racismo no continente africano.
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- junho 6, 2024
Colunista: Zulu Araújo
Apesar de entes distintos, do ponto de vista internacional, Inglaterra (o país), Grã-Bretanha (a ilha) e o Reino Unido (Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte), tiveram e continuam tendo, os mesmos objetivos e as mesmas práticas, violentas, discriminatórias e racistas para viabilizarem os seus interesses econômicos no continente africano.
Para tanto, não tiveram dúvidas em colocar todo seu arsenal econômico, político e militar, contra a África. Não esqueçamos que é na Inglaterra que se dá a Revolução Industrial, o evento mais importante da modernização capitalista no século XIX, o que eleva o país a condição de grande potência mundial.
Mas, quem pagou a conta desse desenvolvimento foram as colônias britânicas mundo afora, em especial as do continente africano. Até porque, a economia inglesa era toda assentada nas redes comerciais transatlânticas que possibilitavam a chamada – acumulação primitiva do capital, por meio da escravização, exploração e expropriação das riquezas africanas e vendas das mesmas no comércio internacional.
O clássico e predatório imperialismo inglês, ou a “pax britannica”
Nações africanas como: África do Sul, Egito, Sudão, Gana, Nigéria, Somália, Serra Leoa, Tanzânia, Uganda, Quênia, Malawi, Zâmbia, Gâmbia, Lesoto, Maurícia, Suazilândia, Seicheles e Zimbábue, alimentaram e sustentaram durante séculos o desenvolvimento inglês em detrimento do desenvolvimento dos seus países.
As consequências nefastas desse processo colonial se fazem presentes até os dias atuais, por meio da miséria e do subdesenvolvimento em que vive todas as ex colônias britânicas. Detalhe importante, apesar de terem sido proclamadas independentes, desde o início do século XX, a exemplo da África do Sul, (1910), Líbia (1951) Egito (1952) as ex colônias inglesas continuaram sendo vítimas da dependência econômica da Inglaterra.
Dois exemplos eloquentes comprovam o legado nefasto da colonização inglesa no continente africano.
O primeiro, a Nigéria, pais mais populoso da África, com quase 230 milhões de habitantes, que vive uma pobreza endêmica, imerso em inúmeras guerras locais, estimuladas e alimentadas pelos colonizadores, em particular pela indústria armamentista.
Apesar de ser um dos maiores produtores de petróleo do mundo e de possuir riquezas imensuráveis com os chamados minerais estratégicos – minério de ferro, estanho, carvão, zinco, nióbio, calcário e chumbo que impulsionam a indústria eletrônica pelo mundo, a Nigéria continua subdesenvolvida e imersa em dificuldades econômicas de todas as ordens, além de lutas fraticidas oriundas de uma junção forçada a partir da Conferência de Berlim, liderada pela Inglaterra e cujo resultado foi a divisão do continente africano entre os países europeus.
O segundo, a Serra Leoa, pais de 9 milhões de habitantes, que inspirou o famoso filme “Diamantes de Sangue”. A brutalidade que vimos no filme, não fica nada a dever a realidade. Ali, o que se vê, lamentavelmente, é a arte imitando a vida.
Serra Leoa é um dos maiores produtores de diamantes do mundo, que vive uma guerra civil sangrenta, (também estimulada pelos colonizadores e negociantes de pedras preciosas ingleses), onde a média de vida atual é de 35 anos. A situação é tão grave que o país é considerado pela ONU, o mais miserável do mundo, estando em último lugar no índice de desenvolvimento humano do planeta.
Ou seja, a elegância e fleugma inglesa, venerada e aclamada em todo o mundo, foi construída e consolidada a ferro e fogo no continente africano, às custas da miséria, das vidas e da pobreza, da maioria da população dos países que viveram sob o jugo inglês.
Enfim, este é mais um legado de um país europeu no continente africano.
Toca a zabumba que a terra é nossa!
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