Guinada de 180 graus na pauta racial em Brasília

Por: Maurício Pestana

A transição de governo que estamos vendo acontecer aos poucos tem mostrado o quanto será diferente a pauta da diversidade e inclusão no novo governo.

Se nos últimos anos tivemos um governo que não só negava a existência do racismo em nosso país, mas também foi responsável pelo desmantelamento de muita das políticas públicas de inclusão racial, a volta do governo Lula, pelo que tudo indica, será uma guinada de 180 graus, como indica uma fala do presidente eleito nas redes sociais.

“O racismo é filho do ódio e da intolerância e desumaniza a todos nós. E por isso é uma luta de todos”, e continuou o petista.

“A escravidão começava pelo esquecimento da humanidade do povo negro. E o racismo se mantém até hoje pelo esquecimento do processo que nos formou como nação. O Brasil foi o último país a abolir a escravidão nas Américas”.

Ele disse ainda: “O 20 de novembro, dia da Consciência Negra, data da morte de Zumbi dos Palmares, marca uma triste página do Brasil que não podemos esquecer. Mas também recorda a luta do povo negro por sua libertação”, concluiu.

Foram palavras diretas, atuais e sintonizadas com setores que hoje vão dos movimentos populares à direção de grandes empresas do mundo corporativo. Enfim, em um país que parece procurar pontos de união, é um alento, tendo em vista as rupturas que ocorreram no campo ideológico, que parecem cada vez mais difíceis de se reconectar. Portanto, a luta contra o racismo pode e deve ser um ponto importante a ser explorado pelo novo governo.

E isso parece estar bem alinhado na futura residência presidencial, em entrevista recente dada pela primeira vez a futura primeira dama Rosângela Lula da Silva, fez questão de ressaltar; “Ter sido atacada por conta disso (associação às religiões de matriz africana) não me diminui, pelo contrário, ser ligada à uma religião de matriz africana só me dá orgulho. Eu sou aquela pessoa que se emociona com louvor e também com tambores. São palavras, posições antagônicas às que se via do presidente Bolsonaro e de sua esposa, alguns dirão que isso pode ser populismo, oportunismo ou qualquer coisa neste sentido, mas não há como negar que essas posições de um presidente e uma primeira- dama, indicam, dão sinais ao resto do governo que uma nova linguagem, um novo rumo está em curso e o respeito a uma causa tão nobre como a luta contra o racismo pode sim ser um elo de união e esperança.

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