Hamilton fala sobre receios de racismo antes de assinar com a Ferrari
Lewis Hamilton, o heptacampeão mundial, revelou que, ao decidir deixar a Mercedes e se juntar à Ferrari para a temporada de 2025, teve algumas preocupações sobre enfrentar manifestações racistas, principalmente pensando na Itália, onde o racismo nos esportes tem sido um problema recorrente. O britânico, o único piloto negro no grid da Fórmula 1, compartilhou seus pensamentos sobre o assunto em uma entrevista à Time.
Hamilton foi questionado sobre a experiência de lidar com o racismo no esporte na Itália, onde recentemente o atacante Moise Kean, da Fiorentina, sofreu insultos racistas nas redes sociais. O piloto admitiu que esse tipo de situação passou pela sua cabeça durante o processo de decisão: “Não vou mentir, isso passou pela minha mente. Infelizmente, um grupo pequeno de pessoas pode criar uma imagem errada, mas eu não acho que isso será um problema. Eu só pensei sobre isso antes de tomar a decisão”, disse.
Além disso, Hamilton também falou sobre a falta de diversidade na Ferrari, algo que o incomodou, já que ele passou boa parte de sua carreira na Mercedes, onde havia uma representação mais inclusiva. Ele fundou a Hamilton Commission em 2020, uma organização para promover a diversidade dentro do automobilismo, especialmente entre pessoas negras. A Mercedes, inspirada pelo seu trabalho, criou também seu próprio programa de diversidade. Hamilton refletiu sobre isso: “Eu pensei: ‘Caramba, depois de todo o esforço para ter um ambiente de trabalho mais diverso, vou voltar para algo bem no início da minha carreira, onde não havia diversidade nenhuma’.”
Apesar de sua preocupação com a falta de diversidade na Ferrari, Hamilton falou sobre a confiança que tem na equipe e nas oportunidades que ela oferece para um ambiente mais inclusivo no futuro. Ele também abordou a questão política nos Estados Unidos, falando sobre o impacto das políticas de Donald Trump na redução de programas de diversidade e inclusão. No entanto, Hamilton se mostrou resoluto em sua missão pessoal: “Não vou mudar o que ele [Trump] faz ou o que o governo faz, mas vou continuar trabalhando no meu espaço, tentando elevar as pessoas ao meu redor. Sim, haverá obstáculos, mas isso não vai me parar. Vamos continuar lutando por um futuro mais justo.”
Lewis segue firme na luta por mais representatividade e inclusão, e, com sua mudança para a Ferrari, ele acredita que terá a chance de fortalecer ainda mais essa mensagem, não só no esporte, mas também fora dele.