Hamiton fala da luta contra injustiças que continuará a travar após deixar a carreira de piloto

Hamilton falou em entrevista sobre seus objetivos para o futuro

Lewis Hamilton segue em uma nova temporada da Fórmula 1, mas já vem desenhando outros planos para o futuro. Durante entrevista, o piloto falou sobre seus propósitos e disse que eles não se resumem a “ser apenas um piloto”.

“Comecei a pensar que estou vencendo esses campeonatos, mas o que isso significa? Eles são gratificantes, mas não estão mudando nada. Não mudam o mundo, o fato de que ainda temos guerras, injustiças raciais, de que pessoas ainda estão sendo abusadas e toda sorte de coisas. Então para o que vamos usar essa plataforma? Eu descobri meu propósito, e não é ser apenas um piloto”, disse.

Há alguns anos, Hamilton vem travando uma luta pela diversidade também na Fórmula 1, ambiente em que ele é o único negro no grid. Depois do assassinato brutal de George Floyd, os esforços de Hamilton contra as injustiças sociais e raciais se tornaram ainda mais intensos e até mesmo a Mercedes tem apoiado seu piloto mais talentoso em favor da igualdade.

“Esse é o meu papel aqui. Continuar mantendo essas conversas, sentar com Stefano (Domenicali, presidente da F1) e questionar: “o que você está fazendo e como podemos trabalhar juntos?”. Se trata de agregar pessoas na jornada, mais do que cobrar. Isso infelizmente demanda muita conversa, mas as pessoas parecem mais interessadas em estarem unidas nessa jornada, simpatizam mais com a ideia e dizem que sim, podemos fazer um trabalho melhor”, destacou Hamilton.

O piloto criou a Comissão Hamilton e, em parceria com a Real Academia Britância de Engenharia, fez a direção do relatório que apresenta os motivos que levam à baixa participação de pessoas racializadas no automobilismo. O material foi divulgado em 2021.

O heptacampeão também fundou uma instituição de caridade, a Mission 44. Criada para apoiar, defender e capacitar jovens de grupos sub-representados no Reino Unido.

Segundo Hamilton, a percepção de que ele tinha alcance e que influenciava pessoas foi ficando mais evidente conforme a idade foi chegando. Aos 37 anos, ele se tornou não só um piloto experiente, mas um homem cheio de propósitos.

“Eu tenho essa plataforma e sou capaz de pressionar de um jeito desconfortável às vezes, mas essa também é uma oportunidade real de trazer luz para essa mudança e isso, pra mim, é mais recompensador do que qualquer campeonato. Meu objetivo é que, nos próximos cinco ou dez anos, olhemos para o esporte e que eu esteja vendo pela TV – espero que com meus filhos -, e eles vejam, por exemplo, jovens mulheres engenheiras, e mecânicas, e saibam que eles terão uma oportunidade”, finalizou.

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