História do compositor Osvaldo Nunes
Conheça a história do compositor Osvaldo Nunes
Texto: Oswaldo Faustino | Foto: Divulgação
Desde nossa adolescência, na zona oeste de São Paulo, ela e outros amigos nossos me chamavam de Ogulhê. O culpado disso era o mega sucesso que fazia nas rádios um samba de Osvaldo Nunes, meu xará. Homossexual assumido, tinha panca de valente e fama de arruaceiro, sendo muito comentada, nessa época, uma ‘briga feia’ que teve com o cantor Agnaldo Timóteo”.
Brigador, ele sabia muito bem porque tinha de manter essa fama. Afinal, era um sobrevivente, abandonado ainda bebê, criado na Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (Funabem), criada em 1964 no Governo Militar, de onde fugiu aos 13 anos para viver na rua, na Lapa boêmia, da venda de balas e da caixa de engraxate, passando a camelô e, em seguida, por quase todos os estágios da marginalidade.
Foi resgatado pelo bumbo preto e amarelo do bloco Bafo da Onça, para o qual compôs e gravou em 1962 a marchinha-hino Oba! Era tempo de cabrochas e de samba no pé. A av. Rio Branco, no Rio de Janeiro, tremia à passagem dos blocos de embalo, arrastando milhares de foliões. Botafoguense roxo, fã incondicional de Mané Garrincha, compunha desde os anos 1950 e gravou alguns singles e LP’s. Esse compositor carioca tem uma coisa em comum com a MPB: também foi assassinado. Essa tragédia ocorreu em seu apartamento, na Lapa, na noite de 18 de junho de 1991 e, até hoje, não foi totalmente esclarecida.
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