HISTÓRIA DO FUTEBOL AFRICANO

Saiba mais sobre a história do futebol no continente africano

 

TEXTO: Oswaldo Faustino | FOTO: Shutterstock | Adaptação web: David Pereira

Cidade do Cabo, estádio da África do Sul usado na Copa de 2010 | FOTO: Shutterstock

Cidade do Cabo, estádio da África do Sul usado na Copa de 2010 | FOTO: Shutterstock

“Olha só como correm esses jogadores africanos. Também não é para menos. Eles têm aquele espaço todo pra correr à vontade”. Desconhecimento e preconceito podem ser revelados até mesmo nos elogios, como prova esse comentário do experiente e viajado locutor esportivo, Galvão Bueno. Tal comentário poderia fazer-nos imaginar que naquele continente não existem cidades estruturadas. Apenas matas, savanas e deserto. Os mais desavisados poderiam até mesmo intuir que um campo de futebol africanotenha quilômetros quadrados.

Fundada em Paris, no ano de 1904, por representantes de sete nações – França, Espanha, Bélgica, Países Baixos, Suíça, Dinamarca e Suécia – a Fédération Internationale de Football Association (FIFA) sempre teve como objetivo criar um torneio de dimensões planetárias, que se realizaria de quatro em quatro anos. Mas só em 1930 foi possível a realização da primeira Copa do Mundo, em Montevidéu, capital do Uruguai. Nessa competição a África não esteve presente, mas na seguinte, em 1934, na Itália, o Egito, que participava de eventos futebolísticos promovidos pela FIFA desde 1923, representou o continente.

Depois disso, Etiópia, Sudão e África do Sul também começam a participar de torneios menores da FIFA. Ao se fundar, em 1957, no Cairo, a Confederação Africana de Futebol (CAF), países do continente vislumbraram a possibilidade de também participarem da tradicional competição mundial, o que só aconteceu com o ingresso do Marrocos, na Copa do México, em 1970. Nesse ano, convencionou-se que pelo menos uma vaga estaria garantida para uma seleção africana. A seleção marroquina conseguiu se classificar posteriormente também para as Copas de 1986, na Colômbia, 1994, nos EUA, e 1998, na França.

Na Copa de 1974, na Alemanha, o continente africano foi representado pela seleção do Zaire, atual República Democrática do Congo. E na seguinte, em 1978, na Argentina, pela Tunísia. Outro país norte-africano, a Argélia,foi classificado para a Copa de 1982, na Espanha. Voltou em 1986, em 2010 e virá também neste ano ao Brasil. Em 1982, porém, houve uma segunda vaga e, pela primeira vez, o mundo pode testemunhar o dinamismo e agilidade da seleção de um país da África subsaariana, a República de Camarões.

Desde então, essa seleção só não participou das Copas de 1986 e de 2006, novamente na Alemanha. Camarões é considerado um celeiro de atletas distribuídos mundo afora. Destes, pelo menos dois nomes são unanimidade mundial: no passado, Roger Milla, com seus 38 anos, levou sua seleção até as quartas de final na Copa de 1990, na Itália; e, atualmente, Samuel Eto’o, atacante que joga pela equipe britânica Chelsea FC.

Na Copa de 1994, surgiu mais uma vaga para a CAF e uma nova seleção, a Nigéria. Na seguinte, em 1998, uma das cinco vagas ficou para a África do Sul. O Senegal, em 2002, no Japão e na Coreia do Sul, e Gana, Angola, Costa do Marfim e Togo, em 2006, também já participaram. A nação de Nelson Mandela foi escolhida para sediar a Copa do Mundo de 2010. As perspectivas de sucesso do evento eram piores que as do Brasil. Mas, apesar das enormes dificuldades, o país deu um exemplo de organização, realização, de postura anfitriã e de animação, na primeira Copa do Mundo da FIFA disputada em solo africano.

 

 

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