A Warner Bros. Discovery anunciou a estreia de três curtas documentais criados por jovens talentos negros brasileiros, frutos da segunda edição do programa Narrativas Negras Não Contadas – Black Brazil Unspoken, parte da iniciativa WBD Access. As produções — Meu Nome é Tiana, Camisa 9 e Melodia Ancestral — chegam à HBO Max e à HBO no dia 10 de novembro, e também serão exibidas nos canais TNT, TLC e Cinemax.
O projeto, realizado em parceria com a Endemol Shine Brasil, tem como propósito abrir portas para criadores negros em início de carreira, oferecendo formação, mentoria e suporte para o desenvolvimento de suas histórias. Mais do que uma vitrine, a iniciativa busca reparar ausências históricas e impulsionar a presença de vozes negras no mercado audiovisual brasileiro.
“A WBD tem o propósito de amplificar histórias únicas e oferecer oportunidades reais para que esses profissionais deixem suas marcas. Essa edição exalta a potência criativa de jovens talentos que transformaram suas vivências em narrativas de memória, referência e ancestralidade”, destaca Niarchos Pabalis, diretor de Inclusão da Warner Bros. Discovery para a América Latina.
Cada curta mergulha em temas que atravessam identidade, legado e resistência — com olhares afetivos e autênticos sobre a experiência negra no Brasil.
Dirigido por Guilherme Baptista, Camisa 9 revisita um programa esportivo apresentado por três jornalistas negros no Rio de Janeiro dos anos 1980. O curta reconstrói essa mesa redonda e celebra o legado de Luiz Orlando Baptista, um dos comunicadores pioneiros que abriram espaço para novas gerações na televisão.
Já Melodia Ancestral, dirigido por Beatriz Costa, reconecta o passado e o presente ao investigar a trajetória do avô da diretora — um maestro negro que liderou uma orquestra popular na periferia de São Paulo entre as décadas de 1950 e 1980. O filme resgata memórias familiares e mostra a importância de preservar a história musical e cultural de artistas negros que ajudaram a construir a identidade sonora do país.
Em Meu Nome é Tiana, de Dafny Bastet, o público conhece Tiana, uma travesti negra de 92 anos, considerada a mais idosa do Brasil. Moradora de Governador Valadares (MG), ela vive entre orações em sua paróquia católica e a convivência com a comunidade LGBTQIAPN+. O documentário retrata com sensibilidade a relação entre fé, identidade e resistência, transformando a vida de Tiana em um símbolo de coragem e longevidade.
“Nosso propósito segue o mesmo: oferecer suporte para que vozes diversas contem suas histórias com sensibilidade e impacto. É emocionante ver como cada projeto ganhou forma, especialmente pelo propósito que carrega”, afirma Adriana Cechetti, diretora de Produção e Desenvolvimento de Não-Ficção da WBD Brasil.
Criado em parceria com a WIP Narrative Design Studio, o programa Narrativas Negras Não Contadas segue firme na missão de transformar o cenário audiovisual brasileiro, conectando criadores de grupos sub-representados às grandes plataformas e marcas da indústria.
“A representatividade ainda é um grande desafio no audiovisual brasileiro. Projetos como esse inspiram novas histórias, novos olhares e mais oportunidades para todas as vozes que constroem o nosso país”, completa Nani Freitas, CEO da Endemol Shine Brasil.
Mais do que três estreias, os curtas representam um passo adiante na construção de um cinema negro que fala de dentro, com verdade, afeto e propósito — fortalecendo a presença de novas narrativas no coração da cultura brasileira.