Homem se apresenta à polícia e assume participação na morte de Moïse Kabamgabe
Alisson Oliveira, de 27 anos, gravou um vídeo em que afirma: “Ninguém queria tirar a vida dele”
Com informações do G1 – Um homem que afirma ter cometido as agressões que resultaram na morte do congolês Moïse Kabamgabe, na Barra da Tijuca, foi levado no início da tarde desta terça-feira (1º) para a Delegacia de Homicídios do Rio.
Ele foi identificado como Alisson Cristiano Alves de Oliveira, de 27 anos. Inicialmente ele se apresentou na 34ª DP (Bangu) e depois foi conduzido para a DH que fica na Barra da Tijuca.
Em outro vídeo, Alisson afirma que a morte não foi motivada porque a vítima era negra ou “porque alguém devia a ele”.
Ele também afirma que junto com outro envolvido no espancamento tentaram prestar socorro, pede desculpas à família de Moïse e diz que iria se entregar.
Mais tarde, a polícia divulgou o vídeo que mostra o espancamento do congolês no quiosque.
As imagens mostram que as agressões começam depois de uma discussão entre um homem que segura um pedaço de pau e o congolês, que mexe em objetos do quiosque como uma cadeira, um refrigerador e um cabo de vassoura.
Depois que Moïse solta os objetos, se aproximam mais dois homens. Na sequência começa a sessão de agressões. Em vários momentos é possível ver que o congolês não oferecia resistência enquanto levava golpes com um pedaço de madeira.
O congolês foi espancado até a morte depois de cobrar R$ 200 por duas diárias de trabalho não pagas no quiosque Tropicália, na orla da Barra, na Zona Oeste, segundo a deputada estadual Dani Monteiro (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
As agressões duraram pelo menos 15 minutos e foram gravadas pelas câmeras de segurança do quiosque.
Moïse apanhou de mais de um agressor que, segundo testemunhas, usaram pedaços de madeira e um taco de beisebol. Ele foi encontrado em uma escada, amarrado e já sem vida.
Os parentes só souberam da morte na manhã de terça-feira (25), quase 12 horas após o crime.