Revista Raça Brasil

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Discriminada por chefe e pacientes, enfermeira negra será indenizada em R$15 mil

 

Um hospital filantrópico de São Paulo foi condenado a pagar R$ 15 mil em danos morais após uma técnica de enfermagem negra ser vítima de racismo no ambiente de trabalho. A sentença, da 38ª Vara do Trabalho da capital paulista, expõe a violência racial institucionalizada no local. A funcionária foi alvo de ataques racistas por parte de sua superior, que a chamava de “preta” e “macaca” em tom de deboche. Em um dos episódios, a chefe riu ao relatar que um paciente se recusou a ser atendido por ela, dizendo: “Não quero essa negra”.

 

Além do assédio da supervisora, a profissional também foi insultada por um paciente, que a chamou de “macaca” – sem que o hospital tomasse qualquer providência para proteger a vítima ou punir os agressores. O caso recente é apenas a face exposta do preconceito inaceitável que fere diariamente membros das equipes de saúde que atuam atendendo o público na linha de frente. Uma sondagem realizada pela Articulação Nacional da Enfermagem Negra (ANEN) em parceria com o Coren-SP, chamada Racismo e Discriminação na Enfermagem,  indica que o paciente/usuário responde por 55,9% das ocorrências de racismo/discriminação/injúria racial, colegas de equipe por 46,6% deles e as chefias, por 43,8%. A pesquisa ouviu 1.086 pessoas e admitia mais de uma resposta.

 

O juiz do caso, Eduardo Rockenbach Pires, considerou o tratamento dado à trabalhadora “absolutamente humilhante e discriminatório”, destacando a gravidade da omissão do hospital diante dos ataques. A condenação reforça que empresas têm responsabilidade em coibir o racismo em seus espaços.

 

A decisão ainda pode ser recorrida, mas já serve como um alerta: o racismo no ambiente de trabalho não é apenas “brincadeira” – é crime, e a negligência das instituições também será punida.

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