IMS – Pequenas Áfricas: o Rio que o Samba inventou

O Instituto Moreira Sales trouxe para São Paulo uma exposição que conta e refaz a cena cultural do Rio de Janeiro entre os anos 1910 e 1940, época que o samba urbano carioca se solidificou, escrevendo e marcando sua história no Brasil e no mundo.

 O músico, poeta e pintor, Heitor dos Prazeres, pioneiro na composição dos samba e fundador das primeiras escolas de samba do Brasil é que conseguiu enxergar uma “África em miniatura”, através de uma comunidade afrodescendente, em meio a um Rio de Janeiro branco e com influências europeias. Dessa forma participou das mais determinantes revoluções estéticas daquela época.

A exposição traz mais que demandas históricas, apresentam documentos, obras, gravações e inúmeros objetos do acervo do IMS e outras instituições que ajudam a manter vivas essas memórias, que fazem parte de uma complexa rede de solidariedade que difundiam as produções contemporâneas, através da espiritualidade e músicas de base negra vinda dos quintais, dos terreiros e das escolas de samba e blocos.

Pensada e distribuída pelas Galerias 2 e 3 do IMS, a exposição tem alguns setores como obras em destaque, como a Proteção aos Ancestrais (2023) que traz Mãe Celina de Xangô, grande colaboradora do processo de escavação do sítio arqueológico do Cais do Valongo, na região portuária fluminense, a verdadeira Pequena África do Rio de Janeiro e ainda retrata rituais de Candomblé, religião de matriz africana e comum à região.

As questões históricas abordadas na exposição trazem também o surgimento das Tias no universo do samba, ou seja, a aparição, participação e crescimento do envolvimento de mulheres, sobretudo as negras e mais velhas, como Tia Ciata, Tia Dodô, Tia Amélia e tantas outras que tem seus nomes escritos na história da cidade.

Um espaço anexo à exposição traz Ocupações Pequenas Áfricas de São Paulo, com exibição de filmes de autores negros, conversas tematizadas, rodas de samba, literatura infanto-juvenil com temáticas afro-brasileiras.

Em cartaz até o final de abril de 2024, a exposição tem curadoria de professores e historiadores como: Luiz Antonio Simas, Ynaê Lopes dos Santos, Angélica Ferrarez e Vinícius Natal. Gabriela de Matos assina a expografia. A entrada é gratuita, é possível acessar a exposição de terça a domingo e feriados (exceto segunda) das 10h às 20h, no IMS Paulista, em Avenida Paulista, 2424 – São Paulo – SP.

Por: Sabrina Andrea

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