A influenciadora Bárbara Carine viralizou nas redes sociais ao compartilhar sua decisão de escolher exclusivamente profissionais negros para acompanhar o parto de seu filho, Raro, que nasceu em Salvador (BA) no último final de semana. A escolha consciente gerou curiosidade entre seus seguidores, que questionaram como ela conseguiu montar essa equipe. Em resposta, Bárbara explicou que optou por um hospital privado que permitia a contratação de profissionais externos, dando a ela a liberdade de selecionar quem a acompanharia durante o processo.
Ela destacou que, desde o início, a equipe precisava compartilhar de sua preocupação com a representatividade racial. “Desde que decidimos que o parto seria em Salvador, buscamos uma equipe que tivesse essa consciência em torno da raça”, afirmou. A decisão não foi apenas simbólica, mas também uma forma de promover visibilidade e valorização de profissionais negros em um contexto ainda marcado por desigualdades estruturais na saúde.
Bárbara ressaltou que a possibilidade de escolher sua própria equipe foi fundamental para garantir um parto humanizado e alinhado aos seus valores. Em vez de depender dos plantonistas do hospital, ela contratou profissionais que já acompanhavam seu pré-natal, assegurando um ambiente de confiança e acolhimento. A experiência, segundo ela, reforçou a importância da autonomia da mulher no momento do parto, especialmente para mulheres negras, que frequentemente enfrentam discriminação e desumanização nos serviços de saúde.
A influenciadora também chamou atenção para a falta de diversidade em equipes médicas, mesmo em hospitais particulares. Sua escolha foi uma forma de combater essa invisibilidade e incentivar que outras mulheres negras busquem profissionais com os quais se identifiquem. “Não se trata apenas de representatividade, mas de criar um espaço seguro e respeitoso”, explicou. A iniciativa de Bárbara viralizou justamente por abordar uma questão ainda pouco discutida: o direito à escolha e ao conforto racial em momentos tão delicados.
Além de celebrar o nascimento do filho, Bárbara transformou sua experiência em um debate sobre equidade na saúde. Sua postagem gerou reações positivas de mulheres que relataram situações semelhantes ou que passaram por experiências traumáticas devido à falta de preparo de equipes médicas para lidar com questões raciais. A história de Bárbara serve como um chamado para que mais instituições reconheçam a importância da diversidade nos atendimentos, garantindo que todas as pacientes sejam tratadas com dignidade.
Por fim, a influenciadora reforçou que sua decisão foi um ato político e afetivo, que vai além do parto. Ao optar por profissionais negros, ela não apenas garantiu um nascimento mais acolhedor para Raro, mas também fortaleceu uma rede de cuidado e representatividade. Sua fala inspira uma reflexão mais ampla sobre como a saúde pode e deve ser um espaço de inclusão, onde escolhas como a dela deixem de ser exceção e se tornem uma realidade acessível a todas.