Iniciativa idealizada pelo modelo Carlos Cruz oferece formação, acolhimento e oportunidades no mercado da moda
Em Salvador, um sonho coletivo tem ganhado forma e cor. Nascido no coração das periferias e alimentado por coragem, o projeto Periferia do Futuro tem sido um farol para jovens negros que desejam ocupar a moda — não apenas com beleza, mas com história, identidade e propósito.
Criado pelo modelo e empresário Carlos Cruz, o projeto une formação profissional, inclusão social e afeto para transformar realidades. Hoje, já são 247 pessoas envolvidas, entre modelos, maquiadores, cabeleireiros, produtores e fotógrafos, que vêm construindo seus caminhos com autonomia e dignidade.
“São pessoas com histórias potentes, que só precisavam de uma chance. A gente cuida da técnica, sim, mas também do emocional, da autoestima, da escuta. Esse projeto não é só sobre moda. É sobre vidas que estão sendo reescritas”, conta Carlos.
A própria caminhada dele inspira. Baiano, nascido e criado na periferia, Carlos foi descoberto dentro de um ônibus — e dali partiu para uma carreira internacional. Hoje, retorna à sua cidade não para ser exceção, mas para multiplicar possibilidades. E está conseguindo.
Nos encontros semanais, realizados com apoio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), o grupo se reúne nos espaços do Café-Teatro Nilda Spencer e da Sala Multiuso Nelson Maleiro. Além das aulas de passarela, fotografia e expressão corporal, há muita conversa, acolhimento e construção de vínculos.
“A gente aprende técnica, mas também aprende a lidar com os ‘nãos’, com as inseguranças, com a pressão. Aqui tem carinho, tem família. A gente cresce junto”, compartilha uma das participantes.
O projeto também é referência em diversidade e inclusão. Estão presentes pessoas com deficiência, neurodivergentes e trans, todas respeitadas e incentivadas em sua individualidade.
“A moda ainda é um espaço muito excludente. A gente está aqui para romper isso. Quanto mais plural for esse lugar, mais transformador ele se torna”, afirma Carlos.
Mais do que preparar para desfiles e campanhas, o Periferia do Futuro também movimenta uma cadeia econômica periférica, gerando renda e visibilidade para profissionais que, muitas vezes, nunca tiveram acesso a esse tipo de formação. Eles atuam com recepção de eventos, beleza, produção e muito mais.
Eventos como o Movimento Boca de Brasa, o Parque Shopping Fashion Week e o Quintal dos Pretos já contaram com a força criativa e vibrante desse coletivo.
Se você quer apoiar, contratar ou se conectar ao projeto, entre em contato via @marketingeassessoriaa ou diretamente com @carloscruzmodel.
O Periferia do Futuro é sobre moda, sim. Mas é, acima de tudo, sobre reencontrar sonhos, ocupar espaços e provar que beleza mesmo é ver um jovem da favela brilhando — com orgulho, com dignidade, com a cabeça erguida.