Instituto Marielle Franco lança pesquisa “Violência Política de Gênero e Raça no Brasil 2021”

Documento realizado com onze mulheres negras parlamentares e LGBTQIA+ fala sobre violência política

O Instituto Marielle Franco lançou na manhã desta sexta-feira (9) a segunda edição da pesquisa “Violência Política de Gênero e Raça no Brasil 2021”. Realizada com onze mulheres negras parlamentares e LGBTQIA+ das cinco regiões do país, o estudo mostra a atual situação dos direitos políticos das mulheres negras no Brasil. A ação de lançamento aconteceu na frente do Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília, e teve a presença Anielle Franco, diretora executiva do Instituto Marielle Franco.

Em entrevista, ela falou sobre a importância das mulheres que participaram da pesquisa para a luta em favor dos direitos humanos, “As mulheres negras que entrevistamos, antes de serem vereadoras ou deputadas, são também defensoras de direitos humanos. Essa classificação é importante para entender as violências às quais elas são submetidas quando acessam a política institucional. As mulheres negras defensoras de direitos humanos sofrem violência política não apenas pela sua cor, identidade de gênero ou sexualidade, mas pelas pautas que defendem, pelo que já faziam antes de estar na política. Elas são triplamente vulnerabilizadas ao chegarem na política.”, explicou Anielle Franco, diretora executiva do Instituto Marielle Franco.

O objetivo da pesquisa é qualificar o debate sobre violência política de gênero e raça, contribuindo com a construção de políticas e mecanismos de prevenção e enfrentamento a este cenário que coloca em risco a vida dessas pessoas, tanto quando estas mulheres estão na política institucional quanto no período eleitoral de 2022.

A primeira pesquisa realizada pelo Instituto, em 2020, que falou sobre “A Violência Política Contra as Mulheres Negras” constatou que 44,3% das candidatas negras sofreram algum tipo de violência racial durante a atividade política nas eleições.

Entre as entrevistadas na pesquisa estão Talíria Petrone (PSOL), Erika Hilton e Benedita da Silva (PT). Elas foram questionadas sobre quais são as situações a que estas mulheres são submetidas, como isso afeta seu exercício político, como sua trajetória como defensora de direitos humanos as vulnerabilizam ainda mais e como podemos garantir a permanência destas parlamentares nos espaços de poder.

A vereadora de São Paulo, Erika Hilton, respondeu: “Tenho a sensação de que há até um certo desprezo com essas violências. Porque, afinal, parece que está todo mundo pactuado dentro de um acordo de que nós, de fato, não deveríamos estar aqui, então a violência contra nós é uma coisa até meio que naturalizada, não há nenhum tipo de espaço como esse, para que haja esse tipo de debate, inclusive seria bastante importante, estaria dentro daquilo que eu disse com relação à prevenção da violência.”

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