Iphan reconhece Choro como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil
Em 29 de fevereiro de 2024, de um ano bissexto, um grande acontecimento para a Cultura brasileiro, a aprovação pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Choro, que reúne instrumentistas, ritmo, melodia e alegria em uma roda de música, como o 53º Patrimônio Cultural Imaterial do país.
O pedido de reconhecimento nasceu do coletivo entre o Clube do Choro de Brasília, o Instituto Casa do Choro do Rio de Janeiro, o Clube do Choro de Santos (SP), e admiradores de cada canto do país, através de abaixo-assinados. Após aprovada unânime, a manifestação cultural foi registrada no Livro das Formas de Expressão do Instituto, que compila as manifestações artísticas em geral.
O Choro nascido por volta dos anos 1870 é um ritmo musical legitimamente brasileiro e teve seu lançamento no Rio de Janeiro, com a canção “Flor Amorosa” do precursor Joaquim Callado e depois dele vieram dois outros grandes nomes do gênero: Pixinguinha e Chiquinha Gonzaga. O Choro como Patrimônio Cultural, se junta a outros estilos como: Samba, Frevo, Maracatu e Capoeira.
Os apoiadores e colaboradores que contribuíram para que o Choro se tornasse um objeto da Política do Patrimônio Cultural brasileiro afirmam que o ritmo está presente em todas as regiões brasileiras. Leandro Grass, presidente do Iphan e de Conselho de Patrimônio Cultural firmou o compromisso de tornar o estilo ainda mais conhecido e um organismo de Educação Patrimonial. É o Choro ganhando e garantindo seu espaço na cultura popular brasileira.
Conheça um pouco sobre esse estilo musical:
O patrimônio imaterial se refere aos sabares culturais que passam de geração a geração e imprescindíveis para o desenvolvimento da identidade cultural e social. O Choro se popularizou no fim do século XIX e foi resultado da junção de três gêneros musicais: primeiro ligados às diásporas africanas no eixo Brasil-Portugal (como fados, lundus e modinhas); as danças de salão europeias (como polcas, valsas, schottisches, quadrilhas); e às diásporas africanas no eixo América Espanhola e Europa (a habanera, o tango e a contradança).
As principais características do Choro foram à incorporação de instrumentos portugueses como o cavaquinho, violão e o jeito de tocar as músicas estrangeiras de modo choroso a “fazer chorar”. E o estilo se concretizou ao ser musicado em rodas por todo Brasil, através do conjunto dos seguintes instrumentos: bandolim, violão 7 Cordas, cavaquinho, pandeiro, clarinete e flauta. Uma mistura que se transformou nesse ritmo tão querido pelo país.
Margareth Menezes, ministra da Cultura, após a aprovação declarou: “É o Choro chegando em um lugar de patrimônio importante. Ele é uma construção do povo, amado pelo povo brasileiro. Eu acho que o Brasil precisa, cada vez mais, se apropriar do chorinho. O chorinho é nosso, é uma coisa linda e, agora como patrimônio será um momento muito especial para todos nós.” A patrimonialização é uma maneira de reconhecer, difundir, comprometer e preservar o gênero com muito orgulho.
Mais que um estilo musical o Choro, Chorinho é uma forma de reunir amigos e confraternizar, bem a moda brasileira de compartilhar alegria, cantando e tocando, mantendo viva a identidade e a memória coletiva dos músicos instrumentistas e de seus admiradores. E a partir desse marco histórico fortalecer seu desenvolvimento e manutenção do gênero, utilizando para isso políticas públicas e programas educacionais que transcendam gerações. Viva o Choro!
Por Sabrina Andrea @sabrandrea
Foto/Divulgação: Iphan