Nem sempre um personagem vive apenas na televisão. Às vezes, ele ganha tanta vida que atravessa a tela e chega até as ruas — provocando emoções reais em quem assiste. Foi isso que Jeniffer Nascimento compartilhou no É de Casa, no último sábado (22), ao recordar uma situação inesperada que viveu em Salvador por causa de Pega Pega (2017).
Durante o programa, Maria Beltrão trouxe à tona o episódio, e Jeniffer, entre risos, confirmou: certa vez, enquanto caminhava tranquilamente, uma senhora a abordou, confusa entre atriz e personagem.
“Eu apanhei de uma senhorinha na rua. Ela virou e deu um tapão nas minhas costas”, contou, lembrando que a idosa reclamava das maldades de Tânia, sua personagem, com Sandra Helena.
O susto virou risada — e reflexão. Para Jeniffer, aquela reação exagerada só mostrou o quanto o público abraça a história com verdade:
“Depois eu pensei: que maravilhoso. Sinal de que as pessoas realmente estão comprando a história.”
No estúdio, Evelyn Castro, a Zenaide de No Rancho Fundo, também recordou suas próprias situações inusitadas. Em uma delas, foi acusada por uma senhora de “roubar criança”, por causa da trama da novela. Quem saiu em defesa da atriz foi o próprio filho:
“Meu filho respondeu: ‘Minha mãe não rouba criança, não’”, contou, aos risos.
Reflexão: a linha tênue entre arte e realidade
Os relatos parecem engraçados hoje, mas dizem muito sobre algo profundo: o quanto a dramaturgia brasileira tem força para tocar vidas. Personagens se tornam quase conhecidos pessoais, gente da família, alguém com quem o público convive todos os dias.
E quando isso acontece, é porque a atuação foi tão verdadeira que rompeu a barreira da ficção.
Mas essa potência também lembra algo essencial: por trás de cada vilã odiada, cada mocinha querida ou cada personagem marcante, existe um artista — um profissional que empresta seu corpo, sua voz e sua sensibilidade para dar vida a histórias que emocionam milhões.
No fim das contas, essas situações mostram o tamanho do afeto que o público tem pela teledramaturgia. E reforçam algo bonito: quando uma novela faz o Brasil inteiro sentir, rir ou até se indignar, é porque a arte cumpriu seu papel — conectar pessoas.






