Num cenário marcado por nomes consagrados e clubes milionários, quem brilhou foi um brasileiro preto, longe dos holofotes tradicionais: Lucas Ribeiro, meio-campista do Mamelodi Sundowns, da África do Sul, venceu a eleição de gol mais bonito do Mundial de Clubes — superando ninguém menos que Lionel Messi.
O golaço aconteceu contra o Borussia Dortmund. Lucas pegou a bola ainda no campo de defesa, driblou o time inteiro e finalizou com classe, em um daqueles lances que mostram o talento cru, a ousadia e a liberdade de quem joga por instinto e paixão.
Mesmo com a derrota por 4 a 3, o lance foi imortalizado por torcedores nas redes sociais da Fifa. A votação popular colocou Lucas à frente de craques como João Pedro, Kenan Yildiz e do próprio Messi.
“Quando girei com a bola, pensei: ‘ok, vou abrir espaço’. Sempre jogo com confiança. Fiquei muito feliz por ter feito esse gol”, disse o camisa 10 após a partida.
Mais do que uma jogada bonita, o que se viu foi o símbolo de algo maior: um jogador preto, nascido em um país periférico do futebol global, vestindo a camisa de um time africano e sendo reconhecido internacionalmente por seu talento.
Num esporte ainda tão marcado por desigualdades, ver corpos pretos ocupando espaços de protagonismo, rompendo narrativas e recebendo reconhecimento é potente. É sobre mais do que futebol. É sobre resistência, representatividade e reescrita de histórias.
Lucas Ribeiro não fez só um gol — ele cravou um marco.